O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, declarou nesta segunda-feira (9) que além da Transwolff e da UPBus, outras empresas estão sob investigação na capital paulista por suspeita de conexão com organizações criminosas.
Gakiya, que atua no Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado (Gaeco), lidera a operação “Ponto Final”, que resultou na prisão de quatro dirigentes de empresas concessionárias de ônibus da cidade, após denúncias de vínculos com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
De acordo com o promotor, o Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (DEIC) da Polícia Civil já está investigando outras empresas de transporte coletivo da cidade, com o apoio do Ministério Público.
“Há outras investigações em curso no DEIC e na Polícia Civil [contra outras empresas], com participação do Ministério Público. Se chegarmos aos mesmos resultados, tenham certeza de que a medida proposta será a mesma [intervenção]. No entanto, isso depende de quebras de sigilo bancário e fiscal. Também não é fácil identificar as empresas [envolvidas no esquema]. O material apreendido hoje pode resultar em novas investigações”, afirmou.
Em decorrência da operação ‘Fim da Linha’ nesta segunda-feira (10), a Justiça determinou que a Prefeitura de São Paulo assumisse a operação das empresas Transwolff e UPBus, responsáveis por linhas de ônibus da Zona Sul e Zona Leste.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) nomeou dois servidores de carreira da SPTrans como interventores nas duas empresas, visando garantir a continuidade na prestação do serviço de transporte público nessas regiões e evitar prejuízos para os passageiros.
No entanto, Gakiya afirmou que a administração municipal já deve considerar romper os contratos e realizar uma nova licitação para as linhas operadas por essas empresas na cidade.
“Se não houver uma solução e realmente houver indícios de irregularidades na empresa, é necessário rescindir o contrato e conceder a operação a uma empresa idônea por meio de uma nova licitação. Não há motivo para esperar. A decisão judicial foi pela intervenção. A Prefeitura de São Paulo poderia ter seguido dois caminhos: contestar ou apoiar a medida. O prefeito deixou claro que já emitiu os decretos e vai apoiar a intervenção. Portanto, com base nesses precedentes, a prefeitura poderá tomar medidas contra outras empresas se houver evidências de envolvimento [com atividades ilícitas]”, concluiu.