Família de gari morto em SP diz que atropeladora ‘tenta ludibriar a polícia’

A família do gari Alceu Ferraz, 61, atropelado e morto na semana passada, na região central de São Paulo, diz acreditar que a universitária que confessou o atropelamento tenta ludibriar a polícia. A jovem se apresentou à polícia na última segunda (22) e foi liberada após ser indiciada sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção).

No depoimento à polícia, a estudante de arquitetura Hivena Queiroz Del Pintor Vieira falou que saiu da casa de uma amiga na região de Higienópolis (centro) e foi abordada por três assaltantes na região da praça João Mendes. Na fuga, ela disse que acabou atingindo algo ou alguém, que ela não conseguiu identificar.

Participe dos canais do Mobilidade Sampa: X (antigo Twitter), Facebook, Instagram, Threads, Bluesky, YouTube, LinkedIn ou canais no WhatsApp e Telegram

Um dos genros do gari, o advogado Wanderlei Marcos Vieira, afirmou nessa quinta-feira (25), em entrevista à imprensa, que há inconsistências na história dela. Entre os pontos levantados por eles estão: a distância entre o local do atropelamento e do suposto assalto, a alegação de medo para justificar a omissão de socorro e o sangue encontrado no carro da jovem.

“Indiscutivelmente, essa estudante está tentando ludibriar a polícia. Ela alega que sofreu uma suposta tentativa de assalto, mas não sabe dizer quem eram essas pessoas, se era homem, se era mulher, a que distancia estava. Além disso, ela atropelou meu sogro a 3 km de distância de onde supostamente estava sendo assaltada”, afirmou.

Vieira também questionou a atitude da estudante após o atropelamento, que chegou a registrar um boletim de ocorrência, relatando a tentativa de assalto e a colisão com algo ou alguém, e a viagem dela para o Mato Grosso na manhã seguinte ao acidente.

O acidente aconteceu por volta da 0h30 do dia 16, na avenida São João. Ferraz estava acompanhado de um outro gari, que chegou a ser atingido pelo carrinho da vítima após o atropelamento. Ele foi socorrido, mas não teve ferimentos graves.

“Não dá pra dizer que nenhum de nós não está sujeito a de repente atropelar uma pessoa. Uma fatalidade poderia ter acontecido com qualquer um. Mas nós esperávamos minimamente que ela viesse com o objetivo de esclarecer, de dizer a verdade. Mas não é o que parece estar acontecendo”, completou o genro da vítima.

Fonte: Folha de São Paulo