A Eletra Industrial, fabricante brasileira de ônibus elétricos, lançou durante a COP30 a “Carta de Belém pela eletromobilidade como estratégia ambiental, econômica e social para a América Latina”. O documento destaca a eletromobilidade como caminho essencial para a transição energética na região, defendendo a união dos países latino-americanos para ocupar posição de protagonismo no mercado global de tecnologias limpas.
A importância da eletromobilidade para a América Latina
A carta ressalta que a América Latina possui recursos naturais, tecnologia e parque fabril para toda a cadeia de transportes não poluentes, incluindo ônibus, carros e caminhões elétricos, além de componentes como baterias, motores e carregadores. Apesar disso, observa-se o aumento da presença de produtos importados, o que reforça a necessidade de políticas conjuntas que estimulem a produção e aquisição local de veículos elétricos.
Milena Braga Romano, CEO da Eletra, enfatiza que a oportunidade para virar o jogo é agora. A eletromobilidade representa geração de emprego, renda, arrecadação e desenvolvimento, além de promover a preservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida.
Estratégia ambiental, econômica e social
A Carta de Belém destaca que a eletrificação dos transportes urbanos e metropolitanos atende aos três pilares da sustentabilidade. Ambientalmente, veículos elétricos não poluem durante a operação e, em países com energia renovável, o ciclo de vida se torna ainda mais vantajoso.
Economicamente, a operação de veículos elétricos já apresenta vantagens, com redução de custos de manutenção e energia. Socialmente, a produção local gera empregos qualificados, renda e desenvolvimento, fortalecendo a economia regional e ampliando a arrecadação para políticas públicas.
Além disso, a eletromobilidade pode reposicionar a indústria latino-americana no movimento de neoindustrialização, gerando exportações de produtos de alto valor agregado e estimulando o ensino técnico e superior.
Benefícios para a saúde e qualidade de vida
Um estudo do Grupo C40, divulgado durante a COP30, mostra que substituir mil ônibus a diesel por elétricos preserva três vidas, devido à redução da poluição do ar. O ciclo de vida de um ônibus elétrico gera 77% menos emissões de gases de efeito estufa em comparação a modelos a diesel.
Além disso, ônibus elétricos duram de 50% a 100% mais, apresentam custos de manutenção 25% menores e oferecem maior conforto. Menor ruído e menos trepidação, o que atrai e fideliza passageiros.
O papel da Eletra na expansão da eletromobilidade
Com 66% de participação no mercado brasileiro, a Eletra domina todas as etapas da eletrificação, desde tração até pós-venda. A empresa produz até 1.800 veículos por ano e possui o maior índice de nacionalização do setor, com 95% dos componentes produzidos localmente.
Presente em 16 cidades brasileiras, a Eletra também oferece o serviço Eletra Consult, que orienta operadores e gestores públicos na implantação e gestão de frotas elétricas. Seus veículos já rodaram mais de 20 milhões de quilômetros, evitando a emissão de 21,8 milhões de toneladas de CO₂.
A hora é agora para a eletromobilidade na América Latina
A América Latina enfrenta o desafio de competir com produtos elétricos subsidiados de outros mercados. A região precisa agir em bloco para não perder protagonismo na transição energética global. A expansão da infraestrutura de carregamento e a ampliação da frota de veículos elétricos representam escolhas estratégicas para o futuro.
Milena Braga Romano reforça que o atraso na adoção da eletromobilidade terá um custo alto. Mas ainda há tempo para que os países latino-americanos se unam e aproveitem essa oportunidade única.
A Carta de Belém pela eletromobilidade reforça que a eletrificação dos transportes é uma estratégia indispensável para o desenvolvimento sustentável, econômico e social da América Latina. Colocando a região no mapa global da inovação e sustentabilidade.
