Acidentes com motocicletas geram uma crise silenciosa nos hospitais brasileiros. Uma pesquisa da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), em parceria com o Instituto Informa, revela dados alarmantes sobre o impacto desses traumas no sistema de saúde.
O levantamento foi realizado em 100 hospitais de diferentes regiões do país nos últimos seis meses e aponta que os jovens do sexo masculino, especialmente entre 20 e 29 anos, são as principais vítimas. Em muitos casos, o consumo de álcool antes de pilotar agrava ainda mais o cenário.
Acidentes com motocicletas afetam diretamente o sistema de saúde
O estudo mostra que quase 70% dos hospitais registraram mais de 600 atendimentos a vítimas de trânsito no período, sendo a maioria motociclistas. Além disso, mais da metade das cirurgias eletivas são canceladas porque os leitos estão ocupados por acidentados.
Outros dados preocupantes incluem:
- 70% dos pacientes ficam internados por mais de 7 dias após cirurgia
- 60% aguardam até 7 dias por uma cirurgia, enquanto 31,6% esperam até 15 dias
- 18,3% dos hospitais relatam reinternações entre 10% e 30%
As sequelas mais frequentes são dor crônica, deformidades, amputações e limitação funcional. Membros inferiores, bacia e coluna estão entre as regiões mais afetadas.
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Campanha nacional busca frear acidentes com motos
Para responder à gravidade do cenário, a SBOT lançou a campanha “Na moto não mate, não morra”, com foco na conscientização da sociedade. Segundo a pesquisa, 40% dos ortopedistas defendem mais campanhas educativas, seguidas por ações de fiscalização.
O presidente da SBOT, Paulo Lobo, destaca que a situação compromete não apenas a saúde dos motociclistas, mas sobrecarrega todo o sistema hospitalar. Ele cobra políticas públicas mais eficazes e um esforço conjunto para reduzir os acidentes.
A campanha quer transformar o comportamento de quem pilota, estimular escolhas mais seguras e promover um trânsito mais responsável para todos.