Em uma audiência pública realizada pela Comissão de Desenvolvimento Urbano na Câmara dos Deputados, o secretário de Transporte e Mobilidade (Semob), Zeno Gonçalves, afirmou que o sistema de transporte público do Distrito Federal está preparado para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entre Brasília (DF) e Luziânia (GO). O projeto, que deve custar cerca de R$ 500 milhões, visa melhorar a mobilidade entre as duas regiões.
O VLT terá capacidade para atingir velocidades de até 80 km/h, percorrendo um trajeto que inclui as cidades de Jardim Ingá, Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás e Cidade Jardim em Goiás, e Park Way, Núcleo Bandeirante, Guará e Setor de Indústrias no Distrito Federal, com destino final na Estação Rodoferroviária.
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“Nós entendemos que a população do Entorno é irmã do DF. À respeito da operação e integração, de como o Governo do Distrito Federal (GDF) irá recepcionar os passageiros, tudo isso está planejado. Nós estamos prontos. O nosso sistema de transporte está pronto para recepcionar e fazer a integração na Rodoferroviária”, afirmou Zeno Gonçalves. Ele enfatizou a importância de manter o equilíbrio econômico-financeiro para os usuários, garantindo tarifas acessíveis.
Detalhes técnicos do projeto
Engenheiros da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) explicaram que a ferrovia existente entre Brasília e Luziânia necessita de reformas para atender plenamente às condições de operação de passageiros. “Consideramos a rodovia, hoje, ociosa. A demanda dos passageiros está concentrada nos horários de pico e, se for assim, não teríamos conflito com a circulação de trens de carga, mas é necessária uma infraestrutura melhor”, explicou o engenheiro André Jóia.
O projeto prevê a operação de 10 VLTs (5 composições), cada um com capacidade para 1.200 passageiros, utilizando dois VLTs acoplados. A velocidade máxima será de 80 km/h, com uma velocidade média de 40 km/h. As paradas nas estações terão duração de 0,5 minutos, e o serviço funcionará das 5h20 às 21h, com um percurso total de 92 minutos e intervalos de 35 minutos entre cada VLT durante os horários de pico.
De acordo com a CBTU, a capacidade máxima do sistema será de 2.240 passageiros por hora, totalizando 24.640 passageiros por dia, com 22 viagens diárias, sendo 14 nos horários de pico e 8 durante o restante do dia. A tarifa proposta para o VLT será de R$ 6, com os principais custos relacionados à aquisição dos trens, já que a infraestrutura ferroviária básica já está presente.
“Em um cenário um pouco mais otimista, poderíamos conseguir do Jardim Ingá até a Rodoferroviária, um tempo de percurso de 72 minutos. Já de Valparaíso até a Rodoferroviária, de 50 minutos”, completou o engenheiro Daniel Freitas.
Próximos passos
A iniciativa do encontro foi promovida pela deputada federal Lêda Borges (PSDB-GO) e pelo senador Wilder Morais (PL-GO). O projeto agora aguarda a aprovação final pelas autoridades competentes e a definição de um cronograma para o início das obras. A comunidade local e os usuários do transporte público estão otimistas e aguardam ansiosamente os próximos desenvolvimentos.