Governo utiliza operação policial para pressionar votação da privatização da Sabesp em São Paulo

O governo de Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, foi acusado de usar a chamada Operação Fim da Linha como um meio de pressionar o presidente da Câmara de São Paulo, Milton Leite, a acelerar a votação do projeto de privatização da Sabesp.

De acordo com informações confirmadas por sete fontes e publicadas por uma reportagem do UOL, incluindo representantes do governo do estado e da própria Sabesp, Milton Leite inicialmente se mostrava contrário à privatização, mas mudou sua posição após a realização da operação policial.

Na madrugada de 9 de abril, dirigentes das empresas de ônibus Upbus e Transwolff foram presos na Operação Fim da Linha, sob a acusação de lavagem de dinheiro ligada ao PCC. A ação contou com a participação de diversos órgãos, incluindo o Ministério Público de São Paulo, a Receita Federal e a Polícia Militar.

No dia seguinte, tanto o deputado federal Jilmar Tatto quanto o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite, foram listados como testemunhas do caso. Esse fato foi interpretado como uma forma de pressionar Leite a acelerar a votação do projeto de privatização da Sabesp.

Segundo informações apuradas pelo UOL, a menção de Leite como testemunha teria sido um “recado” do governo para pressioná-lo a agir conforme seus interesses. Diversas fontes ouvidas pelo veículo de comunicação alegam que foi a Operação Fim da Linha que motivou Leite a acelerar a votação do projeto.

Leite, por sua vez, negou veementemente ter sido pressionado pelo governo. Ele argumentou que seu apoio à votação do projeto se deu dentro do rito legal estabelecido, ressaltando que o prefeito Ricardo Nunes solicitou agilidade no processo por considerá-lo importante para o município.

O projeto de privatização da Sabesp tem gerado controvérsias e resistência, especialmente entre os membros da Câmara Municipal de São Paulo. Há preocupações sobre os possíveis impactos da privatização, incluindo aumento nas tarifas de água e prejuízos para o município.

A Operação Fim da Linha e suas consequências políticas adicionaram mais complexidade ao cenário, alimentando debates sobre os interesses por trás da privatização e o papel dos atores políticos envolvidos.

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