Escândalo no transporte público de São Paulo completa um mês

A operação do Ministério Público de São Paulo que desvendou um escândalo no transporte público da cidade de São Paulo completou um mês nesta quinta-feira. Durante esse período, foi revelado que membros da organização criminosa PCC lideravam a cúpula de duas empresas de ônibus, a Transwolff, na Zona Sul, e a UPBus, na Zona Leste, utilizando-as para lavagem de dinheiro do crime.

Como resultado, a Prefeitura assumiu a operação das 145 linhas dessas empresas e divulgou um balanço afirmando que o serviço melhorou. No entanto, os usuários diários do transporte público e até mesmo funcionários das concessionárias discordam da gestão municipal.

“É difícil, porque a fila está enorme. Tem vez que tem duas filas e o ônibus ainda não sai. Demora, aí a gente chega atrasada no serviço”, lamenta a diarista Maria de Jesus.

“Demora, demora muito. Tem vez que chega no ponto, fica meia hora esperando o ônibus, e não sai”, conta a aposentada Dirce Bueno.

Apesar do balanço positivo divulgado pela Prefeitura, muitos passageiros não sentiram diferença. “Para mim, é a mesma coisa”, diz a promotora de eventos Ângela Maria. A estudante Giovana de Jesus concorda: “É bem ruim o transporte. A espera é de uma hora ou mais”.

O motorista Rafael de Castro também afirma que não houve mudança alguma: “Está da mesma maneira. [O ônibus] sai no mesmo horário. Mesma quantidade de viagens. Não mudou nada. A mudança ainda vai vir, só esperar passar tudo”.

A gestão de Ricardo Nunes (MDB) está definindo os parâmetros para contratar uma empresa de auditoria para dar suporte aos trabalhos dos interventores nas concessionárias, buscando ampliar a transparência dos processos e da administração das empresas durante o período em que a condução é feita pela SPTrans.

Além disso, a Transwolff recebeu a maior quantidade de multas da SPTrans nos primeiros três meses do ano, totalizando 16.158 autuações, o equivalente a uma média de 18 multas por dia. A administração pública também solicitou ao Ministério Público que a prefeitura seja incluída como assistente de acusação no processo.

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