Ricardo Nunes diz que pode romper contrato com empresas suspeitas de ligação com o PCC

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou durante uma entrevista ao programa “Fantástico”, da TV Globo, que poderá romper os contratos com empresas de ônibus que operam na capital paulista, caso seja comprovada sua ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Nós vamos romper o contrato automaticamente uma vez que for comprovado que existe alguma ligação com o PCC”, afirmou Nunes durante a entrevista.

Essa declaração vem após as empresas Upbus e TransWolff serem alvo da operação “Fim da Linha” realizada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) na última semana. A operação resultou em prisões e apreensões.

O Ministério Público alega que a cúpula das empresas de ônibus tinha ligação com o PCC e utilizava as atividades das empresas como fachada para lavar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas.

Operação do Ministério Público

A operação realizada pelo Ministério Público teve como objetivo estrangular a atuação do PCC dentro da gestão pública e provocar prejuízos financeiros significativos à facção. Foram cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, resultando na prisão de dirigentes das empresas Transwolff e na busca pelo dirigente da UPBus, que está foragido. Além disso, houve o bloqueio de bens dos investigados, no valor máximo de quase R$ 600 milhões.

Conexões perigosas

A investigação revelou conexões preocupantes entre os dirigentes das empresas e a cúpula do PCC. Um dos donos da UPBus, Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, era integrante da facção criminosa e foi brutalmente assassinado em dezembro de 2021. Outros líderes do PCC, como Alexandre Salles Brito e Claúdio Marcos de Almeida, foram identificados como sócios da UPBus e têm histórico de envolvimento em crimes graves.

Intervenção da Prefeitura de São Paulo

Diante da gravidade das descobertas, a Prefeitura de São Paulo anunciou a intervenção nas empresas Transwolff e UPBus. Os contratos de concessão foram revogados, e a gestão das linhas de ônibus foi assumida pelo poder público. Para garantir a continuidade dos serviços, foram nomeados interventores que atuarão na administração das empresas.

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