A sucessão de problemas enfrentados na operação das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, atualmente sob gestão da ViaMobilidade, empresa pertencente ao Grupo CCR, foi apontada como um dos fatores que resultaram no baixo interesse durante o leilão do novo serviço de trens entre Campinas e São Paulo, ocorrido na quinta-feira (29/2), de acordo com assessores do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O único concorrente, o consórcio C2 Mobilidade Sobre Trilhos, composto pela empresa chinesa CRRC e pela brasileira Comporte Participações, vinculada à família do empresário Constantino de Oliveira, fundador da Gol e de empresas de ônibus, acabou vencendo o leilão, oferecendo a menor proposta possível: um desconto de 0,01% em relação à contraprestação pecuniária, que totaliza R$ 8 bilhões e é o valor que o governo repassará à empresa para cobrir os custos da operação dos trens.
Apesar das tentativas do governo em negociar com executivos da CCR e ajustar o edital para incentivar a participação da empresa na concorrência, a análise dos técnicos indicou que setores internos da companhia foram contrários à nova empreitada não apenas pela falta de atratividade do projeto de trem, mas também devido à manutenção de um serviço específico sob sua responsabilidade.
Quais serão os serviços oferecidos com a concessão?
- Serviço Expresso (Trem Intercidades): São Paulo a Campinas, com parada em Jundiaí;
- Serviço Linha 7 Inicial e o Serviço Linha 7-Rubi: conectam a Estação Barra Funda, em São Paulo, a Jundiaí e atende as cidades de Franco da Rocha, Francisco Morato, Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista;
- Serviço TIM (Trem Intermetropolitano): vai de Jundiaí a Campinas e atende também Louveira, Vinhedo e Valinhos.
O Grupo CCR disse em nota para a imprensa que não desistiu de projetos futuros e que pretende focar em seus diversos em São Paulo e estudar, seletivamente, novas oportunidades de investimento.
“O Grupo CCR continua focado na implantação dos seus múltiplos investimentos já contratados, que ascendem a 33 bilhões de reais (cerca de 50% em São Paulo) e na identificação seletiva de novas oportunidades de investimento, que contribuam para o desenvolvimento econômico e social do País e dos estados onde atua, e apresentem uma adequada relação risco-retorno, permitindo uma criteriosa alocação de capital”.