Um levantamento da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) dá conta que as concessionárias de transportes de passageiros sobre trilhos em todo o Brasil, tiveram um prejuízo de R$ 3,6 bilhões entre março e a primeira quinzena de junho, por causa da pandemia de coronavírus.
No período, o número de passageiros transportados caiu 71,3%, mesmo com a retomada gradual das atividades, a demanda ainda segue com quedas de até 70%.
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O presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores, disse em entrevista ao Estadão que 670 milhões de passageiros deixaram de circular pelos trens e metrôs do Brasil, no mesmo período do ano passado, o volume transportado foi de 1,55 bilhão de passageiros.
As concessionárias buscam junto ao Governo Federal e aos governos estaduais recursos e financiamentos para evitar que o sistema entre em colapso.
Na capital paulista, as linhas 4-Amarela e 5-Lilás, administradas pelas concessionárias ViaQuatro e ViaMobilidade, respectivamente, ambas do Grupo CCR, tiveram prejuízo de R$ 200 milhões. Mesmo com a flexibilização da quarentena na cidade, o volume de passageiros transportados segue 60% menor.
No Rio de Janeiro, no MetrôRio, a queda na demanda de passageiros chegou a 80% e atualmente está em 70%. Na SuperVia, no início da pandemia, a demanda de passageiros caiu 74%, agora com a flexibilização, tem queda de 53%.
“O transporte é um serviço essencial e os operadores estão garantindo a mobilidade das pessoas que precisam se deslocar neste momento. A limpeza e higienização dos trens e estações foram intensificadas e é importante que os passageiros também contribuam com o combate à propagação do coronavírus, utilizando máscaras e seguindo as orientações de segurança. A união de esforços é primordial para a segurança do transporte de todos”, destaca Joubert Flores.
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