São Paulo é uma cidade prestadora de serviços e nem todos os serviços precisam necessariamente ser prestados presencialmente, se a gente consegue enxergar que parte desses serviços pode ser prestada remotamente, a gente pode abrir para a cidade uma solução muito eficiente.
Baseado neste tema, aconteceu nesta segunda-feira, dia 17 de setembro, na sede do Conselho Regional de Administração de São Paulo, o evento TeleCOFFICE 2018 organizado pela Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades, onde foi divulgado o Teletrabalho e o Home Office com palestras ministradas por especialistas no assunto.
O evento faz parte da semana de eventos, conectados a Mobilidade Urbana, dentro da Virada da Mobilidade 2018.
O que é teletrabalho? Podemos conceituar o teletrabalho ou trabalho remoto como uma forma de trabalho realizada em lugar distante do escritório, que permita a separação física e que implique o uso de uma nova tecnologia facilitadora da comunicação. O teletrabalho é classificado em 4 conceitos distintos: Home Office, Centro Compartilhado, Trabalhador de campo e Teletrabalho em equipes transnacionais.
TELETRABALHO EM SÃO PAULO
Dentre os vários painéis a respeito do teletrabalho no evento destaca-se a proposta do Projeto de Lei Municipal de incentivo ao teletrabalho nas empresas públicas e privadas da cidade de São Paulo. O painel comandado pelo vereador José Police Neto, discutiu maneiras de melhorar a mobilidade urbana com recursos modernos, capazes de oferecer mais qualidade de vida às pessoas, não apenas formas de se deslocar.
O Projeto de Lei 511/2018, denominado Teletrabalho em São Paulo, de autoria do vereador José Police Neto, teve como marco inicial uma audiência pública da Comissão de Política Urbana realizada em abril de 2018, com a participação de diversas empresas representativas do setor:
- Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação)
- WRI Brasil Cidades Sustentáveis
- Sobratt (Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades)
- ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos)
- Empresas: Home Agent, Mutant, Eleven Tech
- Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico
- Secretaria Municipal da Fazenda
José Police Neto citou o case da Secretaria Municipal da Fazenda onde cerca de 200 a 250 funcionários atualmente fazem o serviço de teletrabalho. O trabalho a distância dos funcionários está tendo muito mais resultados positivos do que no trabalho presencial, quebrando a lenda de quem trabalha a distância rende menos.
Atualmente muitas pessoas trabalham 8 horas por dia, porém gastam uma hora e meia pra ir pro trabalho e mais uma hora e meia pra voltar pra casa, ou seja, “o projeto devolve vida”, disse José.
O Projeto de Lei também prevê benefícios fiscais para as empresas que incentivem seus funcionários a desempenhar suas atividades de maneira remota.
PREMISSAS DO PROJETO DE LEI
Redução dos deslocamentos na cidade
- “Deseconomia” do trânsito;
- Redução da emissão de poluentes (efeito estufa) e consequente melhora da qualidade ambiental;
Qualidade de vida aos trabalhadores
- Mais tempo para o lazer familiar;
- Prática de atividades físicas;
- Cuidados com a saúde;
Aumento da produtividade de trabalho
- Melhor produtividade dos funcionários;
- Redução de despesas com espaços físicos e de consumo;
TELETRABALHO
Conceituação do teletrabalho
- Prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, viabilizada por meio de novas tecnologias;
- Deve constar expressamente no contrato de trabalho;
- Atividade realizada prioritariamente a partir da residência (home office) ou em espaços compartilhados (coworking);
Incentivo ao trabalhador
Os trabalhadores que necessitem realizar adaptações em seus imóveis para a modalidade do home office poderão receber como benefício, desconto no IPTU correspondente ao valor da adaptação, limitado a um exercício fiscal.
Incentivo ao coworking
O que se observa atualmente são muitos coworkings aparecerem em larga na escola na região central, na Avenida Paulista e na região da Berrini. Na Avenida Paulista por exemplo se vê vários andares de prédios ocupados pelos coworkings, é necessário construir mais espaços de coworkings nas periferias da cidade.
No projeto de lei, nos novos empreendimentos fora do centro expandido serão considerados não compatíveis (incentivo urbanístico) os espaços destinados a coworking.
CONSIDERAÇÕES
José Police Neto encerrou o painel dizendo que o projeto de lei será publicado possivelmente na quarta-feira, dia 19 de setembro, na Câmara Municipal de São Paulo. “Hoje foi a primeira vez que eu tive a oportunidade de mostrar o projeto, não queremos que as pessoas não venham para o Centro, queremos sim que elas se desloquem, mas que isso não gere fatores negativos, pois afinal de contas reduzir deslocamentos é ganhar qualidade”, disse José.
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