Em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (4) na sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, os metroviários decidiram suspender a greve contra o aumento da jornada de trabalho convocada para esta sexta-feira, dia 5.
Nesta sexta-feira (5), as linhas 1-Azul (Tucuruvi – Jabaquara), 2-Verde (Vila Prudente – Vila Madalena), 3-Vermelha (Palmeiras-Barra Funda – Corinthians-Itaquera), 5-Lilás (Capão Redondo – Adolfo Pinheiro) e 15-Prata (Vila Prudente – Oratório), irão funcionar normalmente. A linha 4-Amarela (Luz – Butantã) que é administrada pela concessionária ViaQuatro, também terá funcionamento normal.
Segundo os diretores do sindicato, a decisão foi tomada após o juiz Fábio do Nascimento Oliveira, da 50ª Vara do Trabalho, decidir pela suspensão das novas jornadas de trabalho por mais 90 dias.
A mudança das escalas, segundo o sindicato, foi feita de forma unilateral. Em vez de meia hora de almoço, como era antes, o Metrô passou a fazer escala com uma hora de intervalo. Na prática, defendem os metroviários, as novas escalas aumentaram a jornada de trabalho.
Alex Santana, diretor do Sindicato dos Metroviários, afirmou ao jornal Folha de São Paulo que a medida iria prejudicar a escala de vários funcionários. “O Metrô está aumentando a jornada com um intervalo de uma hora de forma autoritária provocando vários transtornos aos metroviários”, disse.
Em nota enviada ao jornal Folha de São Paulo, o Metrô nega que houve aumento da jornada. Segundo a companhia, a jornada continua sendo de oito horas e o intervalo que antes estava dentro da jornada agora não está mais.
Leia na íntegra a nota divulgada pelo Sindicato dos Metroviários:
“No dia 4/5, o Juiz Fábio do Nascimento Oliveira, da 50ª Vara do Trabalho, emitiu sentença que prorroga por mais 90 dias, a partir de 4/5, a intrajornada de meia hora. Por conta disso, a greve marcada para 5/5 foi suspensa. No período de 90 dias temos que buscar junto à SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego) a homologação das portarias que garantam nossas escalas e jornadas.
O Metrô nos informou, por meio de carta, que o retorno aos horários normais deverá ser feito a partir do dia 7/5, a partir da zero hora. A assembleia não concordou com isso e decidiu que todos devem voltar imediatamente aos horários normais.
A coragem da categoria, que parou nos dias 15/3 e 28/4 (Greve Geral) e marcou nossa paralisação para 5/5 foi fundamental para conseguirmos a prorrogação da Intrajornada.
Decisões da assembleia:
– Suspensão da greve marcada para 5/5
– Não aceitaremos nenhuma punição ou desconto
– Não aceitaremos retorno aos horários normais a partir de 7/5 (domingo). Retorno imediato aos horários normais.
– Quem entrou hoje (4/5) no horário da empresa deve sair amanhã no horário normal.”
O Metrô de São Paulo tem cerca de 9.200 funcionários e transporta cerca de 4 milhões de pessoas (média mensal de 2016) pelas linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha, 5-Lilás e 15-Prata.
Tribunal Regional do Trabalho
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, através do desembargador Fernando Álvaro Pinheiro, havia aceitado recurso do Metrô e determinado que se houvesse paralisação, os metroviários deveriam manter em atividade 80% dos trabalhadores em horário de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h). Nos demais períodos, o efetivo deveria ser de 60%. Uma multa no valor de R$ 250.000,00 seria aplicada em caso de descumprimento.
João Doria
Na assembleia da noite desta quinta-feira, os metroviários ainda aprovaram uma moção contra o prefeito João Doria, por ter chamado os trabalhadores que paralisaram as atividades na greve geral da última sexta-feira (28) de “vagabundos”.
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