Problemas nos pontos eletrônicos de recarga do Bilhete Único em terminais de ônibus e estações do Metrô e da CPTM fazem o passageiro viajar de graça por falta de troco, perder dinheiro nas máquinas novas e ficar uma hora em filas, estimulando o mercado paralelo de venda de bilhetes para quem não quer enfrentá-las.
Nas últimas semanas, a reportagem do jornal O Estado de São Paulo flagrou ambulantes abordando usuários nas bilheterias das Estações Barra Funda, República e Sé do Metrô cobrando R$ 4,00 de quem quisesse passar pela catraca sem enfrentar a fila. Passageiros pagaram R$ 0,20 a mais do que a tarifa comum, de R$ 3,80, e passaram com o cartão “emprestado”.
“Vale a pena para não ficar esperando”, disse um deles, que não quis se identificar, no início da noite de 2 de fevereiro, na Estação Sé. A prática irregular ganhou força com as longas filas provocadas pela suspensão da venda de créditos do bilhete único, em dezembro de 2015, pela Rede Ponto Certo, que operava 2/3 das máquinas de autoatendimento nas estações.
O Metrô de São Paulo afirmou que desde 2015 adotou medidas para facilitar a compra e recarga de créditos do Bilhete Único nas estações. A companhia informou ter assinado contrato com duas empresas para instalar mais cabines de venda. Sobre as máquinas de autoatendimento e recarga, o Metrô disse que os equipamentos nos pontos abandonados pela Rede Ponto Certo serão repostos até março.
A SPTrans disse que trabalha com o Metrô para oferecer os novos equipamentos nos terminais de ônibus e que a responsabilidade pelo troco é das concessionárias do sistema. Sobre a venda irregular de bilhetes, a CPTM informou que faz fiscalizações nas estações.