Passageiros fazem selfie para provar atraso aos chefes com greve da CPTM

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A tática é simples: levanta o celular, tira uma foto da fila de embarque e envia para o chefe. É a prova de que, nesta quarta-feira (3), o atraso pode ser justificado: funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) estão em greve.

“Já mandei uma foto pra minha chefe. Ela olhou e falou: tá bom, sei que hoje está complicado”, conta a Josefa Andrade, 23, preparadora de documentos que deveria entrar às 7h40 em sua empresa, na avenida Paulista.

Já são 7h20 e Josefa nem tentou embarcar em algum trem do metrô na estação Itaquera da linha 3-vermelha, para onde muitos dos passageiros da linhas da CPTM da zona leste buscam salvação.

Com o aumento do número de passageiros, a linha 3 do metrô, a mais superlotada da rede, ficou pior nesta manhã. Para passar na catraca, cerca de 20 minutos na fila –fora a espera nas plataformas. Os trens saem lotadissimos. O selfie da fila é a prova de que, hoje, “não está fácil.”

“Já liguei na empresa, mandei foto. Agora não sei se volto pra casa ou peço para alguém me buscar”, diz o encarregado de produção Nilton Bighi, 39, morador de Itaquera, de celular na mão. Ele entraria às 8h em seu trabalho na Saúde, zona sul. “Em dois anos de Itaquera, nunca vi isso. Que caos”.

“Não tem condições de ir”, reclama a doméstica Inês Neres, 40, que mora no Itaim Paulista e trabalha na Vila Mariana. Ela ainda não ligou para a patroa, mas já tira fotos da fila no smartphone. “Estou aqui esperando há 40 minutos. Não tem condições de embarcar desse jeito”, diz ela, que normalmente usa a linha 12-safira da CPTM, que hoje está parada.

“O metrô está normal. Mas vamos para aquela outra fila ali ao lado”, grita um funcionário do metrô, tentando deixar o caos um pouco mais organizado. Mas é difícil: a cada minuto, o terminal ao lado da estação Itaquera recebe um ônibus carregado de passageiros.

“Olha, quando o trem não quebra, tem greve”, desabafa a doméstica Inês, que resolve encarar a fila para não perder o dia de trabalho.

Fonte: Folha de São Paulo

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