Funcionários do Metrô e CPTM decidem entrar em greve no dia 27

Funcionários do Metrô e da CPTM decidiram, em assembleia realizada na noite desta quarta-feira (20), entrar em greve a partir da 0h da próxima quarta-feira (27).

Até lá, os sindicalistas esperam negociar com o governo do Estado e farão uma nova assembleia na terça-feira para confirmar a paralisação.

METRÔ

Os funcionários do metrô reivindicam 9,49% de reajuste salarial acima da inflação, além de uma reposição de 8,24%. Segundo o sindicato, o metrô ofereceu 7,21% de aumento à categoria.

Eles querem ainda aumento de 10,08% no vale-refeição (hoje em R$ 669,16 por mês) e fixação do vale-alimentação em R$ 422,84, ante os atuais R$ 290, o que corresponde a 45,8% de aumento. Os metroviários também reivindicam plano de carreira e plano de saúde aos aposentados.

A organização, que promete engrossar os protestos contra o ajuste fiscal marcados para 29 de maio, também pede o “fim da terceirização e da privatização no Estado e no País”.

Entre as reivindicações, os metroviários também pedem que os 38 funcionários demitidos durante uma greve no ano passado sejam readmitidos pela empresa. Uma nova assembleia da categoria ocorrerá no dia 26, às vésperas da greve.

O último reajuste salarial dos metroviários, de 8,7%, ocorreu no mês de junho do ano passado.

O sindicato dos metroviários afirma que buscaram negociar com a empresa, mas que “houve intransigência do Metrô e do governo estadual, que negaram o diálogo e apresentaram proposta de reajuste abaixo da inflação”.

No ano passado, a paralisação dos serviços do Metrô aconteceu às vésperas da abertura da Copa do Mundo, causando problemas no deslocamento da população. O protesto durou cinco dias e ficou marcado pelas imagens do confronto entre policiais e trabalhadores. Houve piquetes em estações e a Polícia Militar foi acionada pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB) para impedir o fechamento de estações.

A Linha 4-Amarela, que pertence a concessionária ViaQuatro, não irá paralisar pois não é operada pelo Metrô.

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Foto: Metroviários SP

CPTM

Já os ferroviários reivindica reajuste da inflação (7,89%) e mais 10% de aumento real. A CPTM, no entanto, oferece apenas o reajuste de 6,65%. A categoria também terá outra assembleia, na terça (26), para discutir uma possível nova proposta da empresa.

As assembleias desta quarta aconteceram simultaneamente no Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, responsável pelas linhas 7 e 10; no Sindicato Central do Brasil, responsável pelas linhas 11 e 12; e no Sindicato da Zona Sorocabana, responsável pelas linhas 8 e 9.

Único dos sindicatos ligados à CPTM que ainda não declarou greve, o Sindicato dos Engenheiros de São Paulo se reúne nesta quinta-feira (21) para definir se também irá aderir à paralisação.

Além do reajuste salarial, a categoria reivindica também pagamento de R$ 5.000 de PPR (Programa de Participação nos Resultados), aumento do vale-alimentação de R$ 247 para R$ 400 e auxílio materno-infantil de R$ 500.

O presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Alves de Matos, disse que a paralisação foi a única saída encontrada diante do fracasso nas negociações. “Vínhamos discutindo desde março e a única proposta deles é para reajustar o salário de acordo com o menor índice de inflação do período”, afirmou.

O último reajuste da categoria, que tem data-base em março, aconteceu em maio do ano passado e foi de 7,5%. Na ocasião, o acordo com os funcionário foi fechado no dia anterior ao marcado para iniciar a greve da categoria.

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Foto: Sindicato dos Ferroviários

GOVERNO

Ainda nesta quarta, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado lamentou, em nota, o que chamou de “decisão arbitrária” dos sindicatos. “Embora se respeite o direito de greve, a paralisação do sistema metroferroviário prejudicará mais de 7,5 milhões de usuários que utilizam diariamente a rede de trilhos paulista para chegar ao trabalho, à escola, ao médico e à rede hospitalar, entre outros compromissos.”

A empresa ainda se defendeu dizendo que o reajuste oferecido aos funcionários da CPTM e do Metrô recentemente foi baseado no IPC-Fipe, de acordo com a data-base de cada categoria. “A STM confia na responsabilidade dos empregados para garantir a prestação de serviço aos seus usuários”, resume a nota.

SPTRANS

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