Funcionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) decidiram manter as negociações de reajuste salarial e não entrar em greve na quarta-feira (27). Dessa forma, as estações de ambas companhias funcionarão normalmente. As categorias irão realizar novas assembleias na semana que vem.
Na semana passada, os funcionários haviam agendado a paralisação, mas a confirmação dependia da assembleia realizada na terça (26).
METRÔ
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo pede aumento de 18,64% de reajuste salarial, aumento de vale-alimentação e adicional de periculosidade. Na segunda-feira (25), uma audiência entre o Metrô e o sindicato foi realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Durante a reunião, a empresa ofereceu 7,21% de aumento.
A proposta do tribunal foi de 7,41%, com um adicional de 1,5 ponto percentual por produtividade, totalizando 8,82% de reajuste. O mesmo aumento seria aplicado para vale-refeição, vale-alimentação e PLR (Participação nos Lucros e Rendimentos). O TRT propõe também uma cláusula para garantir que os trabalhadores não façam greve e que não haja retaliação por parte do Metrô durante a campanha salarial. Os metroviários vão fazer uma nova assembleia na proxima segunda-feira (1º) para rediscutir a proposta apresentada.
“A proposta do TRT é insuficiente, mas dá para trabalhar. A gente gostaria que avançasse. Mas isso vai depender do Geraldo Alckmin (PSDB), do Metrô e a gente avalia na segunda-feira o que vamos fazer”, disse o presidente do sindicato Altino de Melo Prazeres.
O sindicato dos engenheiros que trabalham no Metrô também pede 17,01% de reajuste, além de aumento em vale-transporte e vale-refeição. Em nota, o Metrô reiterou que mantém aberto o diálogo com a categoria para fechar acordo e que uma paralisação injustificada em meio ao processo de negociação causará prejuízo à toda população.
O último reajuste salarial dos metroviários, de 8,7%, ocorreu no mês de junho do ano passado.
O sindicato discutiu ainda a possibilidade de atrasar em duas horas a operação das linhas na sexta-feira, 29, em apoio ao Dia Nacional de Lutas contra o Projeto de lei 433 (que regula a terceirização no País). A proposta foi rejeitada e o sindicato vai apenas fazer uma manifestação junto a centrais sindicais.
CPTM
O Sindicato dos Ferroviários reivindica 7,89% de reajuste mais 10% de aumento real, garantia de pagamento de, no mínimo, R$ 5 mil no Programa de Participação nos Resultados (PPR), auxílio materno-infantil de R$ 500, vale refeição de R$ 840 e vale alimentação de R$ 400.
A CPTM oferece 6,65% de aumento. A proposta do Tribunal foi de 6,65% e mais 1,5% de produtividade. Na assembleia, os funcionários rejeitaram a proposta da CPTM e definiram uma contra-proposta de 9,29%. Apesar disso, os sindicatos da categoria entenderam que as negociações progrediram.
Novas propostas devem ser apresentadas em uma nova audiência do TRT, prevista para as 11h30 da próxima terça (2).
“Como o tribunal conseguiu reabrir as negociações e já tem nova data para audiência de conciliação, uma greve agora poderia que nossos objetivos não são salariais e sim política”, disse Izac de Almeida, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana, responsável pelas linhas 8 e 9.
Os sindicatos dos Trabalhadores da Central do Brasil (responsável pelos ferroviários das linhas 11 e 12 da CPTM), dos Ferroviários da Sorocabana (linhas 8 e 9) e dos Ferroviários de São Paulo (linhas 7 e 10) vão discutir na próxima terça-feira (2) a possibilidade de parar à 0h de 3 de junho.
O último reajuste da categoria, que tem data-base em março, aconteceu em maio do ano passado e foi de 7,5%. Na ocasião, o acordo com os funcionário foi fechado no dia anterior ao marcado para iniciar a greve da categoria.