Falha em trem da Linha 3-Vermelha provoca filas e transtorno no Metrô de São Paulo

Uma falha em um trem da Linha-3 Vermelha do Metrô prejudicou o fluxo em todas as estações da empresa e da CPTM, na quinta-feira (16/04), em São Paulo.

O Metrô afirma que, por volta das 17h30, o cabo responsável por unir um vagão ao outro de um trem que seguia em direção à estação Corinthians-Itaquera quebrou, impedindo o veículo de se mover.

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  • A falha ocorreu próximo à estação Brás, quando os vagões estavam cheios. Passageiros precisaram descer do veículo e caminhar sobre os trilhos para evacuar o local, já que o trem ficou impossibilitado de seguir adiante.

    Apesar de ninguém ter ficado ferido, a falha gerou um efeito cascata em toda a malha ferroviária da cidade. Estações da linha Vermelha ficaram abarrotadas de pessoas tentando embarcar, já que o Metrô precisou fazer uma manobra entre as estações Brás e Pedro II para todos os trens circularem em via única compartilhada, afetando a velocidade das viagens.

    O Metrô controlou fluxo de usuários na entrada de todas as estações da linha. As linhas 2-Verde e 1-Azul foram colocadas em velocidade reduzida, ainda segundo a companhia, para evitar um excesso de desembarques na Linha 3-Vermelha, o que provocaria ainda mais acúmulo de passageiros nas plataformas.

    O Metrô solicitou à CPTM que reforçasse a frota de trens em circulação na Linha 11-Coral e liberasse a integração na estação Tatuapé para dar opção para o fluxo dos usuários. Alguns usuários relataram que o trajeto entre as Estações Barra Funda e República estava demorando até 40 minutos às 19h.

    O sistema de alto-falantes pediu para que os usuários da Linha 4 Amarela descessem na República, devido ao acúmulo de usuários na estação Luz. A luz dá acesso à Linha 11 Coral, que passa pela Zona Leste.

    Devido ao fato de o vagão afetado estar localizado bem na parte central trem, foram necessários dois veículos, um de cada lado, para rebocá-lo do local, o que só ocorreu por volta das 19h45, segundo o Metrô.

    A situação só começou a se normalizar após esse horário, tornando a volta do paulistano para casa em pleno horário de pico longa e desgastante. As estações da CPTM também acabaram afetadas, já que houve grande fluxo de passageiros do Metrô em direção a elas. A estação da Luz ficou extremamente lotada, os usuários demoravam mais de 30 minutos para fazer a transferência do Metrô para a CPTM, alguns passageiros chegaram a passar mal.

    “Trem problema”

    O Metrô não confirma qual é a identificação trem que falhou nesta quinta-feira, mas, de acordo com fontes ouvidas pelo site iG, foi o K24, conhecido entre os operadores da empresa como o “trem problema”.

    “O K24 é um trem famoso. Até brincamos com esse apelido de trem-problema, porque as falhas nele não são novidade para nós”, afirma Altino dos Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. “Os trens são compostos por seis carros, divididos em três blocos. E foi justamente o pedaço de ferro que dividia o bloco do meio que quebrou, desassociando-o do outro vagão. É uma situação grave.”

    Vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Metrô (Cipa), Alex Santana afirma que, apesar de a ocorrência não ter registrado nenhum ferido, ela poderia ter resultados “catastróficos”. “Não foi só um cabo que quebrou, como diz a empresa. O engate é composto por dois ferros acoplados a uma estrutura que tem de aguentar toneladas. O trem ficou, literalmente, em duas partes”, afirma ele. “Caso isso acontecesse em uma curva, o carro poderia até ter descarrilado.”

    De acordo com Santana, não há registro de casos semelhantes na história do Metrô de São Paulo. No entanto, o histórico negativo da Frota K, que transita pela Linha 3-Vermelha, a mais movimentada da capital paulista, é bastante conhecido. Foi nela que, em agosto de 2013, um trem descarrilou. E os casos não pararam por aí.

    Em setembro do ano passado, o sindicato denunciou a ocorrência de quatro incêndios em trens da frota em um curto espaço de 15 dias. Em novembro, a Cipa afirmou que um trem da mesma frota precisou ser rebocado e recolhido devido a trepidações violentas, responsáveis por prejudicar usuários e funcionários. À época, os casos foram negados pelo Metrô.

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