Um deficiente visual morreu na noite do último domingo, 12, ao tentar embarcar em um trem da Linha 3-Vermelha do Metrô. Por volta das 21h50, André Herculano dos Santos caiu no vão entre os carros que partiam no sentido Palmeiras-Barra Funda, na Estação Sé, e morreu no local. Ele foi retirado por agentes de segurança do Metrô.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom). Em nota, a assessoria do Metrô disse que está colaborando com a investigação, que “os funcionários do Metrô estão capacitados a auxiliar usuários portadores de deficiências” e “que todas as estações são acessíveis e dotadas de piso podotátil para que os usuários tenham autonomia de locomoção, se assim desejarem”.
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Segundo o Metrô, a vítima não solicitou ajuda aos funcionários e teria embarcado na Estação Portuguesa-Tietê, da Linha 1-Azul, acompanhada de outro passageiro.
Falta de assistência. A viúva do deficiente visual que morreu na noite de domingo diz que não recebeu nenhum tipo de assistência da Companhia do Metropolitano.
Elizena Teixeira era mulher de Santos, que trabalhava em São Paulo e voltava para Santa Bárbara D’Oeste aos finais de semana para ficar com a família. Segundo ela, o marido conhecia muito bem as estações do Metrô da capital: “Ele fez o mesmo trajeto por cinco anos. Ele descia na Estação Tietê, fazia a baldeação na Sé e ia até a estação Marechal Deodoro. Quando ele descia do trem, sempre havia um segurança que chamava um condutor. Não sei por que não havia ninguém com ele. Ele estava sozinho”.
Elizena Teixeira reclama que não obteve nenhuma atenção do Metrô, após a morte do marido: “Não recebi uma ligação nem para dizer que sente por um cidadão, que pagava imposto, e que alguém sente a perda dele. Não obtive nenhuma assistência do Metrô. Os auxílios que recebi foram da empresa onde meu marido trabalhava, a Vivo”.
A Polícia vai investigar as causas da morte de André Herculano para apurar as responsabilidades. Entre as dúvidas que deverão ser sanadas está a ausência de vigilantes e de pessoas encarregadas de auxiliar os deficientes visuais.
Suicídio e homicídio doloso, quando há intenção de matar, estão descartados.
O Metrô não respondeu aos questionamentos sobre a afirmação da viúva, de que ela não teria recebido nenhuma assistência.
Fonte: Estadão