Sem-teto fazem ato em SP para pedir 3ª etapa do Minha Casa, Minha Vida

Segundo MTST, governo barrou programa por conta de ajuste fiscal.
Manifestantes fizeram bloqueios em SP e na região metropolitana.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fez protestos na manhã desta quarta-feira (18) na capital e na Grande São Paulo para pedir ao governo federal o lançamento imediato da terceira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida. As manifestações foram pacíficas.

Segundo o MTST, o programa foi barrado por causa do ajuste fiscal promovido pelo governo. Para os sem-teto, o “Minha Casa, Minha Vida” deve priorizar a gestão direta pelos movimentos em detrimento das empreiteiras; a localização central e maior qualidade das moradias; e a garantia de ao menos 70% das moradias para famílias com renda inferior a 3 salários mínimos, mantendo o subsídio”.

Bloqueios

O MTST afirmam que foram ao menos nove bloqueios na capital e na Grande São Paulo. Na Zona Sul de São Paulo, os manifestantes bloquearam a Avenida Guarapiranga e a Marginal Pinheiros (das 8h40 às 9h30). Cerca de 1,2 mil manifestantes partiram em caminhada pela Avenida Guarapiranga e pela Marginal Pinheiros, segundo estimativa do movimento e de policiais que acompanhavam a marcha. Além de uma faixa pedindo intervenção “popular” no governo federal, os manifestantes levaram bonecos que simbolizavam os ministros Gilberto Kassab (Cidades), Joaquim Levy (Fazenda), Kátia Abreu (Agricultura) e Eduardo Cunha (presidente da Câmara). Os bonecos foram queimados quando os manifestantes passavam perto do acesso à estação Santo Amaro.

Ainda na Zona Sul, os manifestantes se concentraram na Avenida Teotônio Vilela (das 9h às 10h15); no cruzamento da Avenida Giovani Gronchi com a Estrada de Itapecerica (das 9h30 às 10h30) e na Rua Cassiano dos Santos.

Na Zona Leste, os manifestantes caminharam pela Avenida Aricanduva (das 9h30 às 10h30). Manifestantes ainda se reuniram no Metrô Itaquera e caminharam pela Radial Leste no sentido Centro (das 9h50 às 10h50). Eles andaram até a Arena Corinthians.

Na Zona Norte de São Paulo, a pista local da Marginal Tietê ficou bloqueada das 9h30 às 10h20.

Protesto no km 21 da Raposo Tavares. Imagem: TV Globo
Protesto no km 21 da Raposo Tavares. Imagem: TV Globo

Grande SP

Na Grande São Paulo, houve protesto em Cotia, a Rodovia Raposo Tavares chegou a ficar bloqueada nos dois sentidos entre 8h e 9h. Integrantes do movimento nas cidades de Carapicuíba e Osasco fizeram uma barreira e chegaram a colocar fogo em pneus e madeiras, como mostrou o SPTV. Quando uma passagem foi aberta na barreira para a passagem de uma ambulância, um carro de passeio prata aproveitou para avançar e os manifestantes chegaram a bater no carro com as mãos e com bandeiras. Após o fim do período combinado com a PM para o bloqueio, os sem teto liberaram a via.

Em Taboão da Serra, o tráfego foi interrompido nos dois sentidos da Rodovia Régis Bittencourt (9h30 às 10h20). Em Guarulhos, os sem teto se concentraram na Avenida Assis Ribeiro (das 9h20 às 10h). Nesse último ponto, eles aproveitaram para protestar contra uma reintegração de posse de um terreno da região.

Déficit habitacional

De acordo com os movimentos, o Brasil tem déficit habitacional de 7 milhões de moradias. Para o grupo, é necessário promover o controle social dos aluguéis mediante a mudança na lei federal nº 8.245/1991. “O aumento no valor dos aluguéis, impulsionado pela especulação imobiliária, tem despejado de maneira silenciosa milhões de pessoas no Brasil”, dizem. Eles ainda pedem tarifa zero nos transportes combate à violência policial na periferia.

Sobre a possibilidade da manifestação ser interpretada como uma ruptura do apoio ao governo federal, Jussara Basso, uma das lideranças do MTST, reiterou que o movimento é apartidário. “O MTST nunca foi um movimento partidário. Atua em São Paulo por causa da crise hídrica, contra o PSDB, seja no município de São Paulo onde o prefeito é do PT ou no governo federal, em que a presidenta é do PT. Lutamos por habitação, educação, saúde. Trata de dizer a verdade. Não importa quem é a atual presidente ou o atual ministro, o que importa é que estão acontecendo cortes, alta de juros. Tem gente ganhando com isso e a classe trabalhadora está pagando”, afirmou.

Além do MTST, participam do ato o MUST (Movimento Urbano Sem Teto de SJC/Pinheirinho); Brigadas Populares; Movimento Luta Socialista (MLS); Movimento Sem Teto da Bahia (MSTB); Nós da Sul; Comitê Popular da Copa/RS; Movimento Luta Popular (MLP) e Movimento Popular por Moradia (MPM).

Fonte: G1