Governo paga mais R$ 20 milhões para obras na Linha 4-Amarela do Metrô

Após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) ameaçar romper os contratos das obras de extensão da Linha 4-Amarela por causa dos sucessivos atrasos, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) não só manteve o consórcio responsável pela execução do projeto à frente de um dos lotes do empreendimento como decidiu pagar mais R$ 20,4 milhões para que seja concluído, o que deveria ter ocorrido em 2014.

O aditivo contratual, assinado no começo de abril com o consórcio Isolux-Corsán-Corviam, da Espanha, prevê a conclusão das Estações Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire, além do pátio de manobras Vila Sônia, na zona sul da capital. Em janeiro, as obras estavam parcialmente paradas desde novembro. Segundo o governo Alckmin, por causa de dificuldades financeiras do consórcio.

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Trata-se do segundo acréscimo de valor ao contrato assinado em 2012, que saltou de R$ 172,9 milhões para R$ 212,3 milhões. Em março do ano passado, quando o trecho da linha deveria ter sido entregue, o Metrô já havia desembolsado mais R$ 18,9 milhões para o consórcio espanhol, que também executa o segundo lote da linha, onde estão previstas as Estações São Paulo-Morumbi e Vila Sônia.

A obra na linha já dura 11 anos. A linha, que deveria ter sido totalmente entregue em 2010, agora terá as estações Mackenzie-Higienópolis até junho do ano que vem e a estação Oscar Freire em setembro de 2016.

Em fevereiro, Alckmin disse que já havia contatado o Banco Mundial, financiador das obras, para fazer a rescisão. Ele afirmou que o próximo passo seria chamar a segunda colocada no certame para assumir o projeto ou fazer nova licitação. “Para entregar a Fradique Coutinho (em 2014) já foi um sufoco, ficamos em cima, 24 horas apertando até entregar”, disse o governador. “As outras não têm jeito, porque você vai lá e não tem equipamento”, completou.

Em março, após reunião com representantes do Banco Mundial, o Metrô anunciou que as obras do lote 1 seriam retomadas em abril e concluídas em um ano, mas sem informar que elas ficariam R$ 20,4 milhões mais caras. Quanto ao lote 2, a companhia anunciou que irá rescindir o contrato de R$ 386,2 milhões com o Consórcio liderado pela Isolux e fará nova licitação, ainda sem data definida.

Em nota, o Metrô informou que o aditivo pago no primeiro lote será usado no “tratamento de solo no entorno do poço de escavação do acesso (da Rua) Piauí para recompor o terreno fragilizado” na Higienópolis-Mackenzie e na “ampliação das salas técnicas para adequar os equipamentos a serem instalados” na Oscar Freire. As duas estão previstas agora para 2016.

O dinheiro extra também prevê, segundo a companhia, “alteração do tipo de estaqueamento dos blocos de manutenção e do processo construtivo” no pátio da Vila Sônia, que já abriga os trens da Linha 4-Amarela, operados pela empresa privada ViaQuatro, do Grupo CCR.

As Estações São Paulo-Morumbi e Vila Sônia só devem ser concluídas em 2017 e 2018, respectivamente. A obra da futura estação Vila Sônia só deve ser retomada no ano que vem. Por enquanto, os operários só trabalham na construção do Pátio Vila Sônia, onde os trens fazem manobras e onde vai funcionar um terminal de ônibus.

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