Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram manter a greve da categoria em nova assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (30/4). A paralisação já dura 46 dias.
O grupo se reuniu no vão-livre do Masp, na avenida Paulista, região central da cidade. Após a votação, os docentes seguiram até a praça da República, também no centro, onde fica a sede da secretária estadual de Educação. Policiais militares cercavam o prédio.
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O protesto foi encerrado pela Apeoesp (sindicato da categoria) pacificamente por volta das 18h30. Porém, de acordo com o sindicato, parte dos manifestantes continuavam no local, apesar do pedido de dispersão do ato.
Os docentes levaram sal para colocar, ainda em sacos fechados, no prédio da pasta. O ato, que também foi votado em assembleia, faz referência à prática antiga de pagar trabalhadores com sal, o que deu origem à palavra “salário”.
Parte dos professores, porém, abriram os sacos e jogaram sal próximo ao cordão de policiais. A ação foi criticada pelo próprio sindicato, que afirma querer manter as manifestações “sob controle”.
EMPURRA-EMPURRA
Durante a passeata, a avenida Paulista, a rua da Consolação e a praça da República foram completamente interditadas.
Houve um pequeno empurra-empurra após a assembleia, quando os docentes divergiram sobre qual caminho seguir em passeata: pela rua da Consolação até a praça da República ou pela avenida Rebouças, até a marginal Pinheiros. Após o caminho ser definido, o grupo que defendia o trajeto pela avenida Rebouças impediu momentaneamente a saída dos caminhões de som para a avenida da Consolação.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 2.000 pessoas participaram do ato. Já a Apeoesp afirmava que 50 mil docentes estiveram na manifestação.
A secretaria de Educação divulgou nota na noite desta quinta-feira reprovando a manutenção da greve. “[A pasta] Lamenta a decisão da Apeoesp de manter uma greve nitidamente contaminada por interesses incompatíveis com o momento econômico atual, que conflita com a harmonia que pauta o diálogo entre governo e professores e visa prejudicar o cotidiano de 4 milhões de alunos e de seus pais”, afirma o texto.
Ainda de acordo com a nota, “cinco dos seis sindicatos que representam os professores, funcionários, supervisores e diretores da Educação de São Paulo não estão em greve porque entenderam o compromisso do Governo do Estado de manter a mesma política de valorização que garantiu aos funcionários da rede, desde 2011, aumento real de 21% (45% de aumento nominal).”
Fonte: Folha de São Paulo