Melhorar a mobilidade nas capitais brasileiras é um grande desafio, sobretudo em uma cidade como São Paulo. São mais de 10 milhões de moradores, e um dos tráfegos mais complicados do país. Entretanto, desde 2020, uma solução começou a surgir com a crise que afetou todo o mundo. A tendência do home office tirou as pessoas do trânsito, e reduziu drasticamente o número de carros na segunda-feira e na sexta-feira, dois dos dias mais cheios da semana. Um sinal de que a mobilidade pode ter a internet como uma nova ferramenta para combater os problemas daqui.
Essa redução nestes dois dias foi mostrada em reportagem do jornal Folha de São Paulo, que coletou dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para avaliar a redução nos dias da semana com a alta do home office na capital. A lentidão durante esses dias caiu 32% em comparação com 2019, quando essa tendência ainda não existia sem a crise na área da saúde e as restrições. Assim, o trânsito deixou de gerar 137 km para ficar com apenas 93 km durantes os horários de 6h às 20h.
O detalhe curioso é que segunda-feira e sexta-feira foram os dias mais afetados. A redução no início da semana foi de 43%, enquanto no último dia útil foi de 35%. Uma queda acentuada, sobretudo em comparação com outros dias, que ficaram com a queda abaixo dos 29%. Uma boa notícia que pode servir de solução, afinal mobilidade sempre foi um desafio em São Paulo, mesmo com o desenvolvimento do transporte público. A internet é só mais uma ferramenta eficaz.
A única dificuldade é que essa tendência de trabalhar de casa está começando a se perder, pelo menos para algumas empresas. Os trabalhadores deixaram o home office, e estão trabalhando no modelo híbrido, quando vão apenas alguns dias para o escritório, ou até mesmo 100% presencial. A expectativa é que essa tendência digital continue forte na região, e mais trabalhadores paulistas fiquem em casa para trabalhar. Seria muito útil para uma melhor mobilidade na capital.
Possibilidade real
Essa ideia de trabalhar apenas em casa pode parecer loucura para algumas pessoas, mas a verdade é que existe uma tendência muito forte nisso. Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mais de 30% das empresas em São Paulo discutiram sobre o assunto e aplicaram o home office. O número deve cair nos próximos meses, mas é uma prática que já mostrou eficiência. Além de ajudar no trânsito, a permanência do trabalhador em casa também gera economia para as empresas.
A digitalização tem esse efeito, e pode dizer que a tendência não está apenas no trabalho. Recentemente, o Facebook mudou de nome para Meta e começou a divulgar o uso do metaverso para diferentes tarefas. Um dos objetivos é reunir amigos ou colegas de trabalho por meio dessa imersão digital. Ou seja, será possível ver um amigo que mora no outro lado da cidade sem precisar pegar o carro e gerar trânsito. Uma mudança significativa.
Até mesmo o entretenimento digital pode entrar nesta equação. Os serviços de streaming, como a Netflix, por exemplo, acabaram com o trajeto até o cinema do shopping, pois as pessoas começaram a ver os filmes no sofá de casa. Outro caso mexe com os fãs de jogos de apostas, que encontraram no cassino online uma forma de se divertir sem precisar sair de casa, ou do país, no caso. Sites como a KTO possuem diferentes jogos de cassino, como slots, jogos de mesa, game shows e até mesmo vídeo bingo interativo. Todos digitais e ainda mais dinâmicos.
Próximos passos
Essas mudanças no comportamento das pessoas não é uma garantia de uma São Paulo com menor trânsito. Afinal, essa não é a cura definitiva, mas apenas um mecanismo que pode facilitar o processo. A verdade é que essa situação demanda estudo, pesquisa e muita observação para adaptar a cidade. Assim como o rodízio de placas surgiu, também é possível criar regras que trabalham com o home office.
Os próximos anos serão de uma presença cada vez mais digital das empresas, inclusive como ambiente de trabalho. Isso é algo que promete mudar São Paulo completamente, mas para isso acontecer será necessário investimento e muito cuidado em como pensar a mobilidade da capital.