A estudante de arquitetura suspeita de atropelar e matar um gari de 61 anos confessou para a polícia ter atingido a vítima com seu carro. O caso aconteceu em 16 de maio, no Centro de São Paulo.
Hivena Queiroz Vieira, de 24 anos, foi indiciada nesta segunda-feira (22) por quatro crimes: homicídio culposo (quando não há intenção de matar), lesão corporal, omissão de socorro e fuga do local do acidente.
Participe dos canais do Mobilidade Sampa: X (antigo Twitter), Facebook, Instagram, Threads, Bluesky, YouTube, LinkedIn ou canais no WhatsApp e Telegram
A jovem atropelou Alceu Ferraz e um colega dele na Avenida São João. Os dois varriam a via. O outro gari ficou ferido, mas sobreviveu. Depois disso, a jovem entrou na contramão na Praça da República. Uma câmera de segurança gravou o carro com o para-brisa quebrado. A PM recebeu uma denúncia e encontrou o veículo no estacionamento de um prédio em Moema, bairro de classe média alta na Zona Sul.
Nesta segunda, a estudante se apresentou para contar a versão dela. Ela afirmou à polícia que, na noite do acidente, tinha saído de uma festa na casa de uma amiga de faculdade em Higienópolis. No caminho até sua casa, em Moema, ela entrou na Avenida São João, achou que seria assaltada e acelerou o carro.
Ao chegar à sua casa, ligou para a PM e foi orientada a procurar uma delegacia. No boletim de ocorrência, registrado cerca de duas horas depois, a estudante contou que sofreu uma tentativa de roubo. Ela disse que “foi surpreendida por três indivíduos que utilizaram possivelmente um carrinho de supermercado e disparou com o veículo atingindo algo ou alguém”.
Acompanhada do pai e de um advogado, a jovem chegou de táxi à delegacia. Ela foi ouvida por mais de duas horas. “É fato que houve um atropelamento. Você, consciente, percebe se atropelou alguém ou algo ou bateu em alguma coisa”, disse o delegado Araribóia Fusita Tavares. “Por isso que eu digo para vocês: existem muitas contradições.”
O advogado da jovem, Artur Osti, contesta a opinião do delegado. “Não houve omissão”, disse. “Prestou todos os esclarecimentos, jamais se furtou de noticiar nada às autoridades e continua totalmente à disposição para apuração de qualquer responsabilidade.”
A Polícia Civil vai ouvir testemunhas que estavam na festa e pedirá a quebra do sigilo telefônico para saber com quem a estudante falou depois do atropelamento.
Fonte: G1