O ruído constante do trânsito deixou de ser apenas um incômodo urbano e passou a representar um sério problema de saúde pública.
Especialistas alertam que a exposição diária a buzinas, motores e sons intensos causa estresse, ansiedade e depressão, afetando não só quem dirige, mas também o ambiente de trabalho e familiar.
Carlos Luiz Souza, vice-presidente da Actrans-MG, explica que o trânsito se transformou em um ambiente hostil à mente humana.
A exposição prolongada a ruídos e frustrações diárias provoca reações emocionais e físicas que persistem após o fim do trajeto, prejudicando a convivência e reduzindo a produtividade no trabalho.
A psicóloga Adalgisa Lopes, presidente da Actrans, esclarece que o corpo interpreta o barulho como um sinal de perigo.
O cérebro reage liberando hormônios de estresse e acelerando o ritmo cardíaco. Esse estado de alerta constante gera inflamações e sobrecarrega o organismo, aumentando os riscos para a saúde mental e física.
Pesquisas internacionais reforçam essa relação.
Estudos na Inglaterra e na Finlândia identificaram correlação direta entre o ruído do trânsito e o aumento de casos de ansiedade e depressão.
No Brasil, onde o trânsito lidera as fontes de poluição sonora, o impacto tende a ser ainda mais grave.
Os especialistas destacam que a solução requer ações governamentais e mudança de comportamento coletivo.
Medidas simples, como evitar buzinas desnecessárias, falar mais baixo e ajustar o volume dos fones de ouvido, ajudam a reduzir a poluição sonora.
A conscientização sobre o impacto do ruído é essencial para transformar o deslocamento diário em uma experiência mais saudável.
