Na quinta-feira (17), a Grande São Paulo enfrentou mais uma onda de ataques a ônibus, com ao menos 37 ocorrências contabilizadas pela TV Globo na capital e Região Metropolitana.
Ataques a ônibus se espalham pela capital paulista e ABC
Os casos ocorreram nas zonas Sul e Leste de São Paulo, com registros no bairro do Ipiranga, Avenida 23 de Maio e Marginal Pinheiros. Também houve ataques nas cidades de Osasco, Santo André, São Caetano do Sul e São Bernardo do Campo. Nesta última, os pontos atingidos incluíram a Avenida Brigadeiro Faria Lima, a Praça Samuel Sabatini e a rodovia Anchieta.
Em São Bernardo do Campo, 17 ônibus esperavam perícia no Terminal Ferrazópolis, após sofrerem ataques com pedras e bolinhas de gude. Os veículos das empresas Next Mobilidade e BR7 tiveram vidros estilhaçados e bancos danificados.
Durante um desses ataques, uma senhora foi atingida na orelha por uma bolinha de gude. Apesar do susto, ela sofreu apenas ferimentos leves.
Até um micro-ônibus escolar foi atacado no ABC, sem local identificado.
Depredações chegam a quase 800 ônibus
Desde 12 de junho, os atos de vandalismo já atingiram 796 veículos, segundo atualização de 17 de julho. A SPTrans contabiliza 506 ônibus municipais danificados e a Artesp, outros 290 intermunicipais. A polícia já prendeu oito pessoas, mas as investigações seguem sem desfecho.
A Secretaria da Segurança Pública afirma que trabalha para prender os responsáveis e orienta as empresas a registrarem todos os boletins de ocorrência.
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Terminal Ferrazópolis concentra casos graves
No Terminal Ferrazópolis, em São Bernardo do Campo, os ônibus atingidos estavam enfileirados aguardando perícia. A Next Mobilidade informou que, apenas entre a tarde e a noite de quinta-feira, vândalos atacaram dez veículos. O motorista Manuel, da linha intermunicipal 431, relatou que escutou o vidro estourando durante sua última viagem. Ele pensou que fosse um tiro, e viu estilhaços espalhados pelo ônibus.
Vias com maior número de ataques e possíveis motivações
Segundo o DEIC, as vias mais afetadas incluem: 13 casos na rodovia Raposo Tavares, 12 na Avenida Senador Teotônio Vilela, 20 na Avenida Cupecê, além de 8 ocorrências na Avenida Corifeu de Azevedo Marques e 8 na Avenida Sapopemba.
A principal linha de investigação aponta uma disputa interna no Sindicato dos Motoristas como motivação. A insatisfação gerada pela briga por liderança teria causado os ataques, que visam gerar prejuízo financeiro às empresas. Outra hipótese em análise envolve articulações via dark web.
Conclusão
Os ataques a ônibus representam um desafio grave à segurança dos passageiros, operadores e ao transporte público. As autoridades seguem apurando os fatos, enquanto usuários lidam com medo e prejuízos diários.