Crescem reclamações por buracos nas ruas de São Paulo no último ano de gestão de Ricardo Nunes

A insatisfação dos moradores de São Paulo com buracos nas ruas e falhas na pavimentação tornou-se um desafio significativo para o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em seu último ano de gestão. Dados da Ouvidoria da Prefeitura mostram que, no primeiro trimestre deste ano, houve um aumento de 25% no número de queixas relacionadas a buracos no asfalto, totalizando 1.083 reclamações entre janeiro e março, comparado a 866 no mesmo período de 2023.

Problema persistente

A gestão Nunes aponta que as concessionárias, especialmente a Sabesp, são responsáveis pela demora em refazer o asfalto, o que contribui para o aumento das reclamações. As queixas sobre buracos são a segunda maior na Ouvidoria, ficando atrás apenas dos problemas com acesso ao CadÚnico, que também registrou um aumento de 19% nas reclamações no mesmo período.

O prefeito destacou que o tempo médio para a realização do serviço de tapa-buraco é atualmente de sete dias após a notificação, uma melhoria significativa em relação aos 121 dias de 2016. “Estamos executando o maior programa de recapeamento da história, já concluímos 15 milhões de metros quadrados. A população de São Paulo está se acostumando com o asfalto de qualidade,” afirmou Nunes.

Investimento na malha viária

Em uma tentativa de mitigar os problemas e melhorar a infraestrutura urbana, a gestão Nunes iniciou em junho de 2022 um projeto ambicioso de recapeamento, que prevê revitalizar 20 milhões de metros quadrados de vias até o final do ano, com um investimento de R$ 4 bilhões. No entanto, este projeto também gerou críticas devido à falta de sinalização nas vias recém-recapeadas, o que resultou em 444 reclamações nos primeiros três meses deste ano.

Pesquisa Datafolha e avaliação do TCM

Uma pesquisa do Datafolha, realizada entre 7 e 9 de março com 1.090 moradores, destacou que 84% dos entrevistados apontaram a existência de buracos no asfalto como um dos principais problemas enfrentados nos últimos 12 meses.

O Tribunal de Contas do Município (TCM) questionou a eficácia do serviço de tapa-buracos, apontando em um relatório de novembro do ano passado que em 83% das intervenções observadas havia defeitos na pista próximos aos locais revitalizados. As falhas incluem variações geométricas que podem causar desconforto na pista, como efeito lombada.

Resposta da gestão municipal

Em resposta às críticas, a Prefeitura afirmou que o aumento das queixas reflete a demora das concessionárias em refazer o asfalto e a qualidade insatisfatória do serviço prestado. “Já foram aplicadas 1.277 multas, das quais 99,3% foram para a Sabesp, que leva até 120 dias para executar o tapa-buraco,” disse a gestão Nunes.

Sobre a sinalização, a Prefeitura informou que, entre 16 de abril e 15 de maio, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) realizou sinalizações em 148 vias da capital. O processo de sinalização é iniciado após a conclusão do recapeamento, mas pode ser atrasado por fatores como condições climáticas.

A administração municipal também atribuiu o aumento das reclamações sobre o CadÚnico a um processo de cadastramento em andamento pelo governo federal.

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