Aumento de mortes no trânsito em São Paulo

A cidade de São Paulo registrou um aumento significativo no número de mortes no trânsito nos primeiros quatro meses de 2024. De acordo com dados do Infosiga, sistema de monitoramento da letalidade no trânsito do governo estadual, 316 pessoas morreram em acidentes nas ruas da capital entre janeiro e abril de 2024. Este é o maior número registrado desde 2015, quando houve 374 mortes no mesmo período.

Comparação com anos anteriores

Comparado com o ano anterior, houve um aumento de 16% no número de vítimas fatais. Em 2023, 272 pessoas morreram no trânsito durante os primeiros quatro meses do ano. Em comparação com o período pré-pandemia, o aumento também é notável: em 2019, houve 252 mortes, representando um crescimento de 25% até 2024.

Perfil das vítimas

Do total de vítimas fatais em 2024, 106 eram jovens com idades entre 15 e 29 anos. A maioria das vítimas fatais são motociclistas, com 148 mortes registradas de janeiro a abril. Apenas entre ocupantes de automóveis, houve uma redução de quase 20% nas mortes, de 47 para 38.

Crescimento da frota de veículos

Apesar do aumento nas mortes, a frota de veículos na cidade também cresceu, passando de 8,4 milhões em abril de 2019 para 9,6 milhões em abril de 2024, um aumento de cerca de 14%.

Medidas de segurança e infraestrutura

A Prefeitura de São Paulo tem tentado implementar medidas para melhorar a segurança no trânsito, especialmente para motociclistas. Entre as ações, está a ampliação da faixa azul, que restringe a circulação de motocicletas em trechos específicos para reduzir acidentes. Atualmente, a cidade possui 98,2 km de faixas azuis, e dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) indicam que essas faixas são significativamente mais seguras.

No entanto, a efetividade dessas faixas está em discussão, visto que houve quatro mortes de motociclistas em faixas azuis entre dezembro e abril.

Declínio na fiscalização

A fiscalização no trânsito também tem sido um ponto de controvérsia. Recentemente, o prefeito Ricardo Nunes assinou um decreto que paralisou a ampliação de radares na cidade, o que pode ter contribuído para o aumento das mortes. Segundo Sérgio Avelleda, coordenador do Núcleo de Mobilidade Urbana do Laboratório Arq. Futuro de Cidades do Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, a redução na fiscalização pode resultar em mais acidentes fatais. Ele argumenta que o controle de velocidade, apesar de impopular, é crucial para salvar vidas.

Campanhas e fiscalização estadual

O governo estadual, sob a gestão de Tarcísio de Freitas, afirma ter realizado diversas campanhas educativas e de conscientização desde o início de 2023, além de blitzes que fiscalizaram mais de 110 mil veículos nos primeiros quatro meses deste ano, flagrando quase 200 motoristas sob efeito de álcool. A reformulação do Infosiga é citada como uma medida para melhorar a formulação de políticas públicas de segurança viária, embora o sistema tenha apresentado instabilidade.

* Com informações da Folha

Deixe um comentário