Nesta segunda-feira, 22 de abril, o sistema trólebus no Brasil comemora 75 anos de operação, uma marca histórica que remonta ao ano de 1949, quando os primeiros veículos desse tipo começaram a circular pelas ruas de São Paulo. Desde então, o sistema expandiu-se por diversas cidades do país, atingindo seu auge entre as décadas de 70 e 90.
Atualmente, porém, o futuro do sistema trólebus encontra-se em uma encruzilhada, especialmente na cidade de São Paulo. Com 201 veículos operados pela Ambiental Transportes, o sistema corre o sério risco de extinção, uma vez que o prefeito Ricardo Nunes já manifestou que quer acabar com o sistema, considerando-o obsoleto. Sua proposta é substituir os trólebus por veículos a bateria, com uma meta ambiciosa de 2600 veículos deste tipo até o final deste ano. No entanto, diversos obstáculos, como a falta de infraestrutura adequada, têm dificultado a realização desse plano.
Apesar das incertezas, o sistema trólebus ainda encontra apoio e perspectivas de sobrevida em outros contextos. No Corredor ABD, por exemplo, operado pela Next Mobilidade, os trólebus são vistos como uma opção menos poluente, com potencial para atender às necessidades da população. Além disso, o futuro BRT-ABC, previsto para entrar em operação até o final de 2025, adotará uma abordagem inovadora, combinando ônibus elétricos a bateria e trólebus em um mesmo veículo, o E-Trol. Esse modelo híbrido permitirá a circulação tanto na rede aérea quanto fora dela, sem a necessidade de estruturas de recarregamento nas garagens.
Em Santos, o sistema trólebus, operado pela Viação Piracicabana, conta com seis veículos Mafersa comprados em 1987 e enfrenta desafios semelhantes, com veículos parados devido a obras na cidade, incluindo a expansão do VLT. Apesar das dificuldades, esses veículos desempenharam um papel importante, operando na Linha 20 quando estavam em circulação.