O Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do Brasil, tem sido objeto de preocupação crescente para autoridades de São Paulo. O promotor Lincoln Gakiya, renomado por suas investigações sobre o grupo, alertou para o crescimento do PCC, comparando-o a uma máfia. A recente operação do Ministério Público que resultou na prisão de dirigentes de empresas de ônibus, acusados de ligações com o PCC, destaca a extensão do problema.
Expansão do PCC para setores vitais
O promotor Gakiya, que investiga o PCC há décadas, expressou preocupação com a transformação da facção em uma máfia, infiltrando-se em áreas essenciais do estado de São Paulo. O recente envolvimento de dirigentes de empresas de ônibus com o PCC revela a extensão do problema. Gakiya destaca que a facção não se limita ao transporte público, mas também tem presença significativa em outros setores, como saúde, coleta de lixo e assistência social.
Operação contra empresas de ônibus
A operação do Ministério Público que resultou na prisão de dirigentes das empresas Transwolff e UPBus evidenciou a conexão do PCC com o setor de transporte público. As empresas, que receberam mais de R$ 800 milhões da Prefeitura de São Paulo em 2023, agora são acusadas de financiar indiretamente o crime organizado. Embora os contratos tenham sido realizados legalmente, sua exploração pelo PCC ressalta a necessidade de medidas mais rigorosas para combater a influência da facção.
Ampliação para outros setores
O promotor Gakiya ressalta que o PCC não se restringe ao transporte público, mas está presente em outros setores vitais. Ele alerta para a presença da facção na gestão da saúde por meio de Organizações Sociais (OSs), onde já foram identificados problemas em municípios da Região Metropolitana de São Paulo. Além disso, o PCC também está envolvido na coleta de lixo e na assistência social, o que representa uma ameaça significativa para a estabilidade e segurança do estado.
Nunes publica decreto de intervenção na Transwolff e na UPBus
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, publicou um decreto em edição extra do Diário Oficial da cidade nesta terça-feira, 09 de abril, detalhando a intervenção nas empresas concessionárias de transporte coletivo público de passageiros Transwolff, da Zona Sul, e UPBus, da Zona Leste.
De acordo com o decreto N° 63.328, Valdemar Gomes de Melo, funcionário da SPTrans, foi designado como interventor na empresa Transwolff, enquanto Wagner Chagas Alves, também funcionário da SPTrans, assumirá como interventor na UPBus.
Cada interventor contará com o apoio de um membro da Controladoria Geral do Município e da Procuradoria Geral do Município.
Para garantir o funcionamento adequado da intervenção, os comitês formados poderão ocupar e utilizar os locais, instalações, equipamentos, materiais e pessoal empregados na execução dos contratos, necessários à continuidade do serviço, os quais serão devolvidos posteriormente.
A SPTrans fornecerá todo o suporte necessário para a manutenção diária da operação do serviço de transporte público de passageiros. Além disso, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) estará disponível para auxiliar os comitês de intervenção em ações que se fizerem necessárias.
Essa medida visa assegurar a continuidade e a regularidade dos serviços de transporte público na cidade de São Paulo, enquanto são realizadas as investigações sobre as possíveis irregularidades nas empresas mencionadas.