Segundo informações divulgadas pelo Ministério Público nesta terça-feira (9), empresas de ônibus que atuam nas zonas Sul e Leste da capital paulista receberam mais de R$ 800 milhões da Prefeitura de São Paulo em 2023. No entanto, a gestão dessas empresas não estava isenta de suspeitas. Dirigentes da Transwolff e UPBus foram alvos de uma operação do MP por suspeita de ligação com o PCC, revelando uma profunda infiltração do crime organizado no transporte público da cidade.
Operação do Ministério Público
A operação realizada pelo Ministério Público teve como objetivo estrangular a atuação do PCC dentro da gestão pública e provocar prejuízos financeiros significativos à facção. Foram cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, resultando na prisão de dirigentes das empresas Transwolff e na busca pelo dirigente da UPBus, que está foragido. Além disso, houve o bloqueio de bens dos investigados, no valor máximo de quase R$ 600 milhões.
Conexões perigosas
A investigação revelou conexões preocupantes entre os dirigentes das empresas e a cúpula do PCC. Um dos donos da UPBus, Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, era integrante da facção criminosa e foi brutalmente assassinado em dezembro de 2021. Outros líderes do PCC, como Alexandre Salles Brito e Claúdio Marcos de Almeida, foram identificados como sócios da UPBus e têm histórico de envolvimento em crimes graves.
Intervenção da Prefeitura de São Paulo
Diante da gravidade das descobertas, a Prefeitura de São Paulo anunciou a intervenção nas empresas Transwolff e UPBus. Os contratos de concessão foram revogados, e a gestão das linhas de ônibus foi assumida pelo poder público. Para garantir a continuidade dos serviços, foram nomeados interventores que atuarão na administração das empresas.