O tráfego de passageiros na América Latina e Caribe (LAC) atingiu, pela terceira vez, os números de transporte de passageiros registrados em 2019.
Essa marca já havia sido alcançada em setembro e dezembro de 2022.
No entanto, a África assumiu a liderança na recuperação global do tráfego de passageiros, apresentando um crescimento de 101,7% em comparação com 2019.
Essas informações são provenientes do Relatório de Tráfego de Passageiros da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA).
Apesar da leve recuperação em março, as projeções econômicas para a região indicam uma desaceleração que afetará negativamente a demanda por transporte aéreo.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima um crescimento econômico de 1,6% para a região em 2023, o que representa uma desaceleração em relação às projeções anteriores.
Essa desaceleração econômica também resultará em uma menor procura por serviços de transporte aéreo.
Outro fator que impacta o setor de viagens e turismo na América Latina e Caribe é a inflação, que deve atingir 13% até o final do ano. Essa variável afeta as políticas monetárias da região e tem um efeito negativo na demanda por serviços de viagens.
Além disso, as moedas da região apresentam desvalorização em relação a 2019, o que afeta as companhias aéreas, uma vez que 75% dos seus custos são dolarizados.
Embora os preços dos combustíveis tenham caído em relação aos meses anteriores, eles ainda estão mais altos do que os níveis pré-pandêmicos, o que contribui para um cenário econômico desafiador em 2023.
O tráfego nacional e internacional de passageiros apresentou números positivos em março. Alguns países, como Colômbia e México, registraram crescimento em relação aos níveis pré-pandêmicos, embora com uma desaceleração em relação a fevereiro deste ano.
Argentina e Chile também apresentaram crescimento positivo, com a Argentina superando os níveis de 2019 pela terceira vez consecutiva e o Chile se aproximando dos níveis pré-pandêmicos pela primeira vez. O Brasil está próximo de alcançar os níveis de 2019, atingindo 96% do tráfego registrado naquele ano.
No tráfego internacional de passageiros, vários países da região continuaram apresentando crescimento positivo em março de 2023. Colômbia e México tiveram um aumento de 19% e 10%, respectivamente, em comparação com os níveis de 2019, embora o México tenha registrado uma leve desaceleração em relação a fevereiro. República Dominicana, Brasil, Chile e Argentina também mostraram recuperação, alcançando percentuais que variam de 71% a 109% em relação a 2019.
No primeiro trimestre de 2023, a recuperação do tráfego de passageiros na região da América Latina e Caribe foi desigual em comparação ao mesmo período de 2019. Os principais mercados em termos de número de passageiros foram o Brasil, México, Colômbia, Argentina e Chile.
Em relação às taxas de crescimento, México, Colômbia, Argentina e República Dominicana tiveram resultados positivos. No entanto, outros países não conseguiram recuperar os níveis de 2019, com destaque para Cuba, que teve uma redução de 34% em comparação aos números pré-pandêmicos.
Diante desse cenário, o CEO da ALTA, José Ricardo Botelho, ressalta a importância de os governos da região trabalharem juntos para enfrentar a crise econômica que está afetando o setor aéreo. Ele destaca que as projeções econômicas, a inflação, a desvalorização das moedas e os preços dos combustíveis mais altos tornam o ano de 2023 desafiador em termos econômicos.