Desde 17 de novembro de 2022, as empresas de transporte coletivo que operam na cidade de São Paulo estão proibidas de comprar ônibus que não utilizem energia limpa. Essa medida veio através de um decreto da prefeitura da capital e levou as empresas a encomendarem mais de mil ônibus com motor elétrico, que devem chegar aos poucos ao longo deste ano e de 2024, conforme informado pela SPTrans no fim de 2022.
A ação faz parte da meta do prefeito Ricardo Nunes (MDB) de transformar 20% da frota paulistana em veículos elétricos até o fim de seu mandato, o que daria cerca de 2.600 ônibus. A ideia segue a mesma linha de outras cidades, como Niterói (RJ) e as capitais Recife, Curitiba e Salvador, que também iniciaram planos de renovação das suas frotas para ônibus que não sejam movidos a diesel.
Os benefícios dos ônibus elétricos
As vantagens dos ônibus elétricos vão muito além do auxílio ao meio ambiente por não jogarem gases de efeito estufa na atmosfera. Esse tipo de veículo também combate a poluição sonora por ser mais silencioso que os que funcionam por combustão.
Além disso, eles demandam menos revisões e reparos, já que possuem menos peças. O que pode encarecer a manutenção é a bateria, cuja vida útil dura apenas cinco anos. Porém, através de contrato de leasing com os fabricantes, o custo inicial cai cerca de 60% e o da manutenção, de 25% a 50%. Também há a possibilidade de reciclar as baterias.
E não é só isso que faz esses automóveis serem mais econômicos, apesar do seu alto custo inicial. A começar pelo motor elétrico e pelo equipamento de propulsão, que duram entre 20 e 25 anos, um prazo maior que o da própria carroceria. Em segundo lugar, há o fato de que a eletricidade geralmente é mais barata que o diesel. Sem falar na possibilidade de serem abastecidos com outras fontes de energia limpa, como a solar, a partir do mercado livre de energia solar.
Por fim, o motor elétrico apresenta um rendimento de quase 90%. O diesel, por sua vez, rende cerca de 40%. Vale citar também que, devido à aceleração contínua e automática, já que não há trocas de marchas, os ônibus elétricos são menos suscetíveis às famosas brecadas, que muitas vezes geram acidentes e quedas dos passageiros que estão em pé.
Os próximos passos
Apesar de o número inicial divulgado em dezembro do ano passado, a SPTrans confirmou em uma reunião do CMTT (Conselho Municipal de Trânsito e Transporte) no fim de fevereiro que foram encomendados, até o momento, 2.152 ônibus elétricos pelas empresas, sendo que 1.480 devem ser entregues ainda em 2023.
No plano, também há a previsão para a construção de corredores exclusivos para veículos elétricos.