Um levantamento realizado pelo sistema Infosiga do Respeito à Vida, programa do Governo de São Paulo gerenciado pelo Detran.SP, mostra que houve uma queda no número de mortes de ocupantes de bicicletas no Estado.
Na comparação entre os meses de janeiro a julho de 2019 e o mesmo período de 2022, a redução nos óbitos de ciclistas no território paulista foi de 13,8%, caindo de 218 para 188. Também se verifica diminuição nos acidentes fatais com bicicleta na Região Metropolitana de São Paulo, que registrou 47 óbitos nos sete primeiros meses de 2019 e 44 até julho deste ano, uma queda de 6,4%.
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O ciclismo está entre as modalidades mais apropriadas na prevenção e tratamento de doenças como hipertensão, colesterol alto, infarto do miocárdio, dentre outras, graças à melhoria que promove no condicionamento físico e na capacidade cardiorrespiratória.
Hierarquia a ser respeitada
De acordo com Ricardo Neres Machado, diretor-geral da Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo), apesar de os números apontarem queda nos óbitos em acidentes de trânsito envolvendo bicicletas no Estado, pedalar em áreas urbanas, principalmente na capital paulista, ainda está longe de ser seguro. “O ciclista pode e deve ocupar a pista, mas a impressão muitas vezes é de que somos obstáculos no caminho dos veículos motorizados”, afirma. Para ele, há uma hierarquia a ser respeitada no trânsito. “O maior protege o menor, e nenhuma pessoa deveria estar habilitada a dirigir sem plena consciência disso. Esses pontos não só vão trazer mais segurança aos ciclistas como também vão estimular novas pessoas a pedalar em São Paulo.”
Acostumado a utilizar a bicicleta na capital paulista diariamente, tanto para ir e voltar do trabalho como para atividades como a ida ao supermercado ou à farmácia, o bancário Rafael Bertola, de 45 anos, acredita que é necessária uma maior conscientização dos motoristas para que entendam o porquê de circularem com velocidade reduzida no perímetro urbano, além da importância de abrir uma distância de pelo menos 1,5 m do ciclista em uma ultrapassagem. “E para os ciclistas, o mesmo, pois vejo muitos entregadores de bicicleta que andam na contramão, em cima de calçadas… Acho importante que todos se respeitem.”
A cozinheira Lígia Moreira Garcez Pacheco, de 32 anos, que também utiliza a bicicleta para ir trabalhar e outras atividades diárias na cidade de São Paulo, concorda que um dos maiores problemas para os ciclistas é a falta de preparo dos motoristas para seguir as leis de trânsito, além da falta de respeito à vida de ciclistas e pedestres. “Para que haja uma melhora efetiva na segurança do ciclista, o primordial são leis mais rígidas, melhor educação dos motoristas e maior zelo da comunidade com quem pedala”, opina.