Como as cidades inteligentes podem transformar o transporte público?

De acordo com o Relatório de Mobilidade, apresentado no Summit Mobilidade de 2022, dois em cada três brasileiros sofreram impacto relacionado à forma como se deslocam para o trabalho quando comparado com o período anterior à pandemia. Mas, não somente as conjunturas mundiais e inesperadas podem transformar o transporte público e a relação dos consumidores com as metrópoles. Conceito muito falado no setor de mobilidade urbana, as cidades inteligentes apostam em funcionalidade, agilidade e eficiência, sendo útil para as pessoas. Dessa maneira, condições inesperadas como uma pandemia impactam menos na mobilidade das ditas smart cities.

Em abril de 2022, a Quicko, aplicativo de mobilidade que fornece previsibilidade e informação para os deslocamentos urbanos, foi adquirida pelo player global MaaS Global e, seguindo a linha de atuação das companhias, outro conceito essencial às cidades inteligentes é o de mobilidade como serviço, colocando o usuário como cliente do transporte público.

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  • “Quando falamos em cidades inteligentes, falamos necessariamente de tecnologias, de uma tecnologia funcional para as pessoas e eficiente para seus gestores. Para a mobilidade urbana, diversas soluções já disponíveis nos serviços privados, como a localização em tempo real dos veículos e já deveriam ser implementadas nos serviços públicos e disponibilizadas para toda a população. As tecnologias vêm como uma ferramenta para impulsionar essa eficiência e qualificar a experiência das pessoas nos serviços de transporte público”, pontua Luísa Peixoto, especialista em mobilidade urbana e Gerente de Políticas Públicas da Quicko. E, além disso, para uma cidade inteligente e eficiente, é preciso que os modais, ou seja, diferentes formas de deslocamento, estejam integrados: que bicicletários e pontos de ônibus estejam próximos de estações de metrô, e a forma mais rápida e eficiente de criar essa integração é através da integração tecnológica de pagamentos e informação.

    Combinar maneiras de se deslocar é uma estratégia para otimizar a infraestrutura das cidades e promover confiabilidade nos diferentes modais aumentando a agilidade do deslocamento e a conveniência no deslocamento. A possibilidade de integração aumenta o acesso das pessoas à infraestrutura de transporte e dá ao usuário o poder de escolha.

    Além disso, um sistema multimodal que funciona de modo complementar torna ainda mais eficiente o uso do espaço urbano e das infraestruturas de transporte, sendo mais sustentável. O transporte público funciona como articulador do território enquanto, os outros diversos serviços atuam de forma complementar.

    Ainda sobre agilidade, um passo essencial para adquiri-la é a utilização de tecnologia para o fornecimento de informações em tempo real. Os aplicativos de mobilidade urbana, como o da Quicko, reúnem, em uma plataforma, informações e alertas em tempo real sobre a situação do transporte público, como reportes de problemas como greve, mudanças de linha ou horários, alagamentos, linhas com lentidão, entre outras.

    Dentro do tema de informações em tempo real, é essencial que o poder público esteja atento às oportunidades de parceria com o setor privado. Assim, estes podem atuar em conjunto para compartilhar inteligência de dados, informações em tempo real e análise de comportamento dos usuários. “Isso permite que tanto os modais de transporte que estão sob cuidado público quanto os privadoss operem de forma integrada e complementar e não concorrencial, aumentando assim, as oportunidades de deslocamento para os clientes”, finaliza a especialista.