Policiais do DEIC fizeram uma nova operação nesta quinta-feira, dia 09 de junho de 2022, para apurar a ligações de responsáveis da empresa de ônibus Transunião com o PCC. Responsáveis pela empresa são suspeitos de homicídio, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Esta é segunda empresa de ônibus na cidade de São Paulo, que é alvo de investigações. Na semana passada, a UPBus, que também opera linhas de ônibus na Zona Leste da capital, foi alvo de operações do DENARC. A empresa é suspeita de ser comandada pelo PCC.
A operação apreendeu 18 ônibus da empresa, que possuí uma frota de 564 veículos. Os veículos serão devolvidos à empresa para não “prejudicar o atendimento à população”.
No caso da TransUnião, à Polícia Civil tinha como objetivo apurar o assassinato de Adauto Soares Jorge, ex-diretor da empresa morto em março de 2022.
Segundo apurou os policiais, Adauto seria o “testa de ferro” do vereador Senival Moura no comando da empresa, que seria usada para lavagem de dinheiro do crime organizado.
Segundo as investigações, Adauto não estaria fazendo o repasse dos valores para os membros do PCC, e por este motivo foi assassinado.
Adauto teria sido levado para ser morto por Devanil Nascimento, o “sapo”, motorista do vereador Senival Moura. O crime foi cometido no estacionamento de uma padaria por Jair Ramos de Freitas, o “vulcão”, que posteriormente se tornou diretor da Transunião.
Devanil e Jair foram presos durante a operação desta quinta-feira. Mandatos de busca e apreensão também foram cumpridos na casa do vereador Senival Moura, que também teve o pedido de prisão solicitado, só que negado pela justiça.
Em nota ao Mobilidade Sampa, a SPTrans, empresa que gerencia o transporte coletivo na cidade, disse que a Transunião possuí uma frota de “564 veículos. No momento, não há alteração na operação do sistema. A população que depende do serviço, em média 315 mil pessoas, segue sendo plenamente atendida. As linhas operadas pela empresa estão operando normalmente”.
A empresa disse ainda que “a Secretaria Executiva de Mobilidade e Transportes (SETRAM) e da SPTrans não foram informadas formalmente a respeito do teor das investigações na Transunião, entretanto vão acompanhar e colaborar com a polícia em tudo que for solicitada”.
O Mobilidade Sampa procurou a empresa Trausnião que até o fechamento desta matéria não quis se pronunciar.
Em nota ao Mobilidade Sampa, o vereador Senival Moura nega envolvimento com os fatos apresentados pela Polícia e diz estar disponível para a justiça para esclarecer os fatos. Veja nota completa do vereador:
“Eu, Vereador Senival Moura venho me manifestar através desta nota pública sobre os acontecimentos noticiados em todos os meios de comunicação hoje.
Antes de comentar sobre os fatos ocorridos no dia de hoje quero reafirmar a minha história de atuação, liderança e organização do transporte alternativo na Cidade de São Paulo a qual tenho muito orgulho disso.
Sobre o Adauto Jorge Soares sinto até hoje essa perda, principalmente, pela forma cruel e violenta que foi.
Adauto junto comigo e vários outros companheiros lutamos pela regulamentação do transporte coletivo na Cidade de São Paulo. Entre o início da operação clandestina e a transformação em empresas passaram-se 30 anos.
Portanto, Adauto era um companheiro de luta, trabalhador e meu amigo.
Vale ressaltar que no momento da morte do Adauto, nem eu e nem ele tínhamos mais qualquer vínculo com a empresa Transunião S/A.
Essa manhã fui surpreendido por uma operação policial em minha casa, mas quero aqui reafirmar que eu não tenho nenhum envolvimento com as ações que estão sendo noticiadas. Entretanto eu estou a disposição da justiça para quaisquer esclarecimentos , eu que sou formado em direito confio plenamente na justiça e sou um defensor do Estado Democrático de Direito.
Por fim, passarei por esse momento com a mesma serenidade, tranquilidade e consciência tranquila que sempre nortearam a minha vida.
Ver. Senival Moura“