Em setembro deste ano, a Argentina anunciou que terá uma indústria própria de veículos elétricos, graças ao fato de que a YPF fabricará baterias de lítio com matéria-prima e pessoal local. A decisão da estatal petrolífera é uma das que o governo argentino adotou no quadro do seu crescente envolvimento na mobilidade elétrica, conforme demonstrado anteriormente com a fatura da mobilidade elétrica e o Plano de Desenvolvimento Produtivo Verde.
O progresso da Argentina em eletricidade não é o único na região. Porque no final do ano passado foi anunciada a construção de um pólo tecnológico no Brasil onde serão produzidas baterias de lítio, entre outros componentes. E o desenvolvimento da indústria elétrica no gigante latino-americana agrega agora um novo projeto: um laboratório de baterias jogos do tabuleiro.
O laboratório
Localizado no Rio de Janeiro, o laboratório será o primeiro do gênero na América Latina e terá como objetivo testar baterias para veículos elétricos. Especificamente, o cenário de testes dividirá espaço com outros 50 laboratórios do Campus de Inovação e Metrologia do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), órgão vinculado indiretamente ao governo brasileiro.
A seguir a ser realizado em parceria com a Universidade de Minas Gerais PUC e a empresa coreana PCN (especializada em certificação de produtos), será um lugar que lançará as bases do Brasil no desenvolvimento de veículos sustentáveis e baratos, como o aguarda o presidente do Inmetro, Marcos Heleno Guerson.
O início do desenvolvimento de elementos para mobilidade elétrica vem acompanhado do fato de que até 2035 a previsão é de que mais de 60% dos veículos vendidos no Brasil sejam híbridos ou 100% elétricos, segundo Guerson. Por enquanto, o laboratório iniciaria suas atividades em 2023, ou seja, um ano após o início da produção da anunciada planta de baterias.
América Latina, o grande reservatório de lítio
O lítio é um mineral fundamental para a transição energética global, em particular no que diz respeito ao seu uso na indústria de baterias para carros elétricos. Um relatório recente da Agência Internacional de Energia indicou que a demanda por lítio aumentará 42 vezes até 2040. Há um alerta para o “otimismo pós-pandêmico” nos países do Triângulo de Lítio -sistema de salinas andinas localizadas entre Argentina, Chile e Bolívia- dadas as expectativas de demanda vertiginosa por baterias para armazenamento de energia e o mercado global de veículos elétricos em rápida expansão.
Só em 2020, as ações da empresa de carros elétricos Tesla aumentaram 700%, tornando seu proprietário o segundo indivíduo mais rico do mundo. Diante do cenário de aumento da disputa geopolítica pelo lítio, é fundamental observar o papel da América Latina, região que concentra as principais reservas do mundo, já que Bolívia, Argentina, Chile, México e Peru controlam 67% das reservas do mundo.
De acordo com analistas, a demanda global por lítio dobrará até 2024. Além disso, vale dizer que atualmente o lítio é extraído de diferentes maneiras. Embora, em geral, seja extraído por evaporação solar de grandes piscinas de salmoura, bem como através da extração de rocha dura do mineral espodumênio.