ANTP apresenta estudo inédito sobre o impacto dos aplicativos de mobilidade no transporte público

A Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), em parceria com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) apresenta nesta quarta-feira, dia 25 de setembro, um estudo inédito sobre o impacto dos aplicativos de transporte no sistema de transporte público das cidades brasileiras.

Os dados serão apresentados e discutidos durante a programação da Arena ANTP, evento que acontece no Transamérica Expo Center, em São Paulo, até o dia 26 de setembro.

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Segundo dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, o transporte público perde cada vez mais passageiros com o passar dos anos. Entre 2013 e 2017, a taxa de pagantes no sistema de ônibus no país caiu 25,9%.

Para a Associação Nacional de Transportes Públicos, parte dessa perda de passageiros é reflexo das condições econômicas do Brasil. No entanto, é provável que as pessoas estejam buscando outras formas de deslocamento, especialmente o transporte individual por aplicativo.

Os números do “Estudo do Impacto Potencial do Transporte por Aplicativo no Transporte Público por Ônibus” expõem o cenário atual das cidades de São Paulo e Belo Horizonte, além de avaliar o impacto da escolha dos passageiros pelos carros ao invés dos ônibus. Os dados são resultado de três cenários hipotéticos: migração da demanda para aplicativos em taxas de 10%, 20% e 30%.

Baseada nos resultados, a Associação Nacional de Transportes Públicos prevê aumento da poluição, trânsito e acidentes, bem como um efeito negativo na arrecadação e consequente aumento do custo dos serviços.

Com base nessa estimativa, o aumento dos quilômetros rodados por carros (de 19% a 57%) provocaria maior emissão de poluentes, elevando a taxa entre 11,9% e 43,2%. Cresceria também a emissão de gases causadores do efeito estufa (CO2), que ficaria entre 21,3% a 77,5%.

A taxa de acidentes com vítimas pode subir de 2,8% a 8,4%. E, com o aumento do trânsito, cresceria também o custo operacional das empresas de ônibus: 10,9% a 32,9%.

Outro dado de destaque é que, com a suposta queda do número de passageiros de ônibus, a receita do sistema também cairia. A grande questão é que, para balancear, seria necessário aumento nas tarifas ou dos subsídios vindos do poder público municipal. Se este custo ficasse apenas para o passageiro, a passagem sofreria um aumento de 31% a 141%, considerando os três cenários avaliados no estudo.

O estudo completo será apresentado a partir das 15h30 no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Para falar sobre os dados estarão presentes o superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos, Luiz Carlos Néspoli, e o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Associação Nacional de Transportes Públicos, Eduardo Alcântara Vasconcellos.

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