CPTM lança campanha contra vandalismo

Foto: Reprodução/CPTM

Atos de vandalismo contra trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) não prejudicam somente a empresa, como podem pensar algumas pessoas. Os danos em composições atingem, principalmente, os usuários que, além de pagar por eles, sofrem com a retirada das composições de circulação por períodos que variam de horas a dias.

Para conscientizar os usuários sobre esse problema que afeta a ferrovia, a CPTM lança uma campanha nas redes sociais, nos trens e nas estações, sensibilizando o público para essa questão. Serão exibidos vídeos nos monitores dos trens, os empregados das estações emitirão avisos sonoros e cartazes serão fixados nas dependências da Companhia.

Além do dano ao patrimônio público, outro reflexo refere-se aos custos com os reparos, pois o valor despendido nessas intervenções poderia ser direcionado a benfeitorias no sistema. Para se ter ideia, entre 2015 e 2016, foram gastos cerca de R$ 8 milhões na recuperação de bens que sofreram algum tipo de depredação. Com esse valor, seria possível comprar 11 elevadores ou duas escadas rolantes, por exemplo.

As ocorrências são registradas em todas as linhas do sistema e variam entre depredação de para-brisas, janelas, portas e bancos. Dependendo do tipo de avaria, a composição pode ser retirada de imediato ou resolvida pelo maquinista. Em outras situações, é necessária a presença do supervisor de tração. As dificuldades se avolumam quando o trem avariado tem que ser rebocado por uma locomotiva. Embora esses equipamentos fiquem posicionados em pontos considerados estratégicos, ainda assim podem demandar um certo tempo para se deslocar até o local solicitado.

Outro problema comum é a utilização indevida do intercomunicador do trem que viabiliza a comunicação entre o salão e a cabine do maquinista. Muitas vezes, ao invés de usar o aparelho para reportar fatos concretos, os “arruaceiros” preferem danificá-los. Vale lembrar que o intercomunicador é de grande valia quando é necessário alertar o maquinista sobre a existência de alguma irregularidade. Já os botões de emergência devem ser utilizados, preferencialmente, nas ocorrências entre as estações, por exemplo, quando uma pessoa se sente mal e precisa de auxílio dos agentes da estação para desembarcar na próxima parada. O acionamento aleatório só provoca transtornos.

Além dos trens, há casos de furtos de fios e cabos, os quais também são classificados como ato de vandalismo e impactam de imediato a operação ferroviária. Um exemplo foi a ocorrência registrada em abril do ano passado, na Linha 11-Coral, quando a subestação de Calmon Viana sofreu um curto-circuito, decorrente do furto de cabos. Os danos aos equipamentos tiraram a unidade de operação e, somente em outubro daquele ano, a subestação voltou a operar com sua capacidade total. Durante esse período, os intervalos aumentaram no trecho entre as estações Guaianases e Estudantes, afetando diretamente os usuários.

Combate

Para garantir a segurança dos usuários e do patrimônio da empresa, no limite das suas dependências, equipes de segurança da CPTM atuam uniformizadas ou descaracterizadas (sem uniforme), promovendo rondas nos trens, estações, pátios e ao longo das vias. As estratégias de segurança contam com o uso de sistema de segurança monitorado com mais de 5 mil câmeras de vigilância em trens e estações de toda a rede.

Ainda assim, a ação de vândalos continua causando prejuízos à empresa e ao cidadão. No ano passado, foram registrados três mil atos de vandalismo em toda a frota da CPTM. Dentre os itens mais danificados, destacam-se 369 portas de trens e 293 janelas, além de 98 composições pichadas, que tiveram de ser retiradas de circulação, ainda que por pouco tempo, para limpeza e manutenção.

Os indivíduos surpreendidos nesta prática criminosa são encaminhados à Autoridade Policial e respondem pelo crime: Pichar, grafitar ou por outro meio, conspurcar edificação ou monumento urbano, artigo 65 da Lei 9605/98 (Crimes Ambientais), cuja pena varia de três meses a um ano de detenção e multa.

Qualquer irregularidade pode ser relatada pelo SMS-Disque Denúncia. Através do celular 97150-4949, os usuários ou moradores do entorno da CPTM podem denunciar atitudes suspeitas e colaborar para o combate a essa prática.

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