O Ministério Público Estadual quer que duas empresas paguem uma indenização milionária por atrasar a entrega de trens comprados pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Dos 65 trens, apenas 11 foram fabricados dentro do prazo.
As duas empresas fizeram um contrato com o governo estadual de R$ 1,8 bilhão. A CAF deveria ter entregue 35 trens até o começo de junho, mas mandou para a CPTM só dez. O consórcio Hyundai Rotem/Iesa entregou apenas um dos 30 trens que foram encomendados.
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O Ministério Público Estadual quer que as duas empresas paguem indenização pelo atraso na entrega dos trens. Numa audiência pública, os empresários foram informados que eles têm 90 dias pra apresentar uma proposta.
A espanhola CAF disse que o atraso na entrega foi provocado pela troca do banco financiador do contrato. O novo banco obrigou a empresa a aumentar a nacionalização de peças e equipamentos em pelo menos 5% e diminuir os importados no mesmo percentual.
Já o representante da Hyundai Rotem alegou que o atraso foi provocado pela falência de um dos sócios da consórcio. E revelou que “não sabe quantos trens foram fabricados até o momento, mas tem ciência de que pelo menos um foi entregue e que está em fase de testes na CPTM”.
O secretário de transportes metropolitanos Clodoaldo Pelissioni disse ao Ministério Público Estadual que até o momento o estado pagou à Hyundai Rotem, R$ 227 milhões. E à CAF, R$ 414 milhões.
“As empresas tinham um prazo para a entrega dos trens, foram omissas na fabricação desses trens. Por isso que agora o estado deve exigir o pagamento da multa contratual e o Ministério Público Estadual vai exigir o pagamento do dano moral coletivo, ou seja, seria uma indenização paga em razão de a população estar sofrendo com a falta dos trens”, disse o promotor Sílvio Marques.
O secretário disse ainda aos promotores que até o fim de 2017 mais 40 trens vão ser colocados em operação. E todos até 2018. A CPTM disse na semana passada que a CAF entregou mais um trem. E a companhia aplicou multas às empresas pelo atraso e, com o apoio do Ministério Público Estadual , acredita que serão aceleradas as entregas das demais composições.
* Com informações do G1 São Paulo