Cartão-postal de São Paulo, a Avenida Paulista tem ficado cada vez mais lotada. Com isso, cresceu também o número de crimes em seus 2,6 km de extensão. Na via, roubos e furtos têm uma espécie de padrão: ocorrem mais aos domingos, à tarde e perto do centro comercial Conjunto Nacional.
Dados da Secretaria da Segurança Pública obtidos pelo jornal Folha de São Paulo via Lei de Acesso à Informação mostram que, nos seis primeiros meses deste ano, foram registrados 2.779 desses crimes na avenida –alta de 50% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os números são de boletins de ocorrência. Historicamente, furtos têm alta taxa de subnotificação – a maioria dos casos nem é registrada pelas vítimas. Mais violentos, roubos são denunciados à polícia com maior frequência. De janeiro a junho, 40% dos furtos e roubos na Avenida Paulista ocorreram aos domingos. Há uma explicação possível para isso: é quando a avenida recebe mais gente.
Para especialistas, locais e horários com grande concentração de pessoas têm a tendência de atrair mais criminosos em busca de vítimas. Por isso, são chamados de crimes de oportunidade.
Com milhares de pessoas, a Parada LGBT e grandes protestos que ocorreram aos domingos lideram a lista de dias com mais delitos. É também nesse dia que, desde outubro passado, a avenida é fechada aos carros, atraindo milhares de pedestres e ciclistas.
Nos seis primeiros meses de 2015, quando ela ainda não era fechada aos veículos, o domingo já era o dia campeão de delitos — representava 33% dos furtos e roubos.
HORÁRIO DE PICO
Delitos na Avenida Paulista também têm um horário de pico: ocorrem mais entre 13h e 19h – com auge às 16h. Na parte da tarde, há mais furtos que roubos; à noite, o cenário se inverte e as ocorrências passam a ser mais violentas.
Também é normal encontrar quem use o celular sem medo nas calçadas, fazendo selfies em parques e pontos turísticos e se tornando possíveis alvos de ladrões.
A Secretaria da Segurança Pública diz que reforça o policiamento em dias de grandes eventos e protestos.
FURTOS NA AVENIDA PAULISTA
Na Avenida Paulista, os furtos representam 87% dos crimes contra o patrimônio – outros 13% são roubos.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, 725 detenções foram feitas na região até agosto, e as polícias apreenderam 31 armas de fogo de janeiro a julho, alta de 35%.
A Prefeitura de São Paulo afirma que aumentou o patrulhamento da Guarda Civil Metropolitana “dentro de suas competências”, por causa do fechamento da avenida aos carros, a partir de outubro de 2015.
Fonte: Folha de São Paulo