Tatuzão da Linha 6-Laranja vai perfurar túnel e estacionamento do Metrô sob rio Tietê

Um comerá terra enquanto caminha para o sul de São Paulo; o outro irá devorar rocha rumo ao norte da capital.

A partir do primeiro semestre de 2017, quase uma década depois do primeiro anúncio da obra feito pelo Governo do Estado, dois tatuzões vindos da China, cada um com um regime alimentar próprio, irão zanzar de dois a três anos sob a terra para construir a Linha 6-Laranja do Metrô.

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A primeira perfuração ocorrerá sob o rio Tietê, onde um túnel de 250 m de extensão será feito 14 metros abaixo do rio.

Só daquele ponto serão removidos, nos quatro meses da obra, 22 mil m³ de argila e areia, volume capaz de encher nove piscinas olímpicas.

Ao lado da passagem aberta sob o rio Tietê pelos bichos mecânicos, será construído ainda, em 15 meses, outro túnel, mas com escavadeiras.

Servirá de estacionamento de trens, que serão liberados nos horários de pico. Espera-se um fluxo, em toda a linha, de 633 mil pessoas por dia.

Da região do rio Tietê, os tatuzões (de cerca de 100 metros cada um, o tamanho de um quarteirão) partirão simultaneamente para as extremidades.

Por onde passa, o shield, como é chamado o equipamento, deixa para trás o túnel já pronto. Ao perfurar o solo, ele instalará os 7.300 anéis de concreto que revestirão o caminho dos trens. São nesses anéis que a máquina se apoia para andar.

Os tatuzões (o primeiro já chegou ao país pelo porto de São Sebastião) vão conectar os passageiros da Brasilândia, na zona norte, à estação São Joaquim da linha 1-Azul, no Centro, em 23 minutos – o trajeto de carro ou ônibus leva cerca de uma hora e meia.

Mas isso só em 2021, que é quando a linha de 15,3 km, sobre a qual correrão 22 trens (parando de quilômetro em quilômetro em 15 estações) deverá ficar pronta, a um custo de R$ 9,9 bilhões. Em 2008, o Governo de São Paulo havia anunciado sua entrega para 2012.

Ao fim, terão sido retirados do chão da capital 3 milhões de m³ de terra e 1 milhão de m³ de rocha. Daria para encher 1.600 piscinas olímpicas.

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Fonte: Folha de São Paulo

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