O Dia do Combate à Poluição foi instituído com o objetivo de conscientizar a população sobre os males da intervenção humana no meio ambiente. A data remete à criação do decreto-lei com normas para controle da poluição, principalmente por meios industriais, expedido após o fechamento da fábrica de cimento Itaú, no município de Contagem, em Minas Gerais, devido aos altos índices de poluentes lançados no ar durante seus anos de funcionamento.
Apesar do decreto, a poluição ainda é um gerador de problemas principalmente nas grandes metrópoles, e provém, majoritariamente, dos escapamentos de carros, além do lixo industrial. Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, essa sujeira gera micropartículas que diminuem a qualidade do ar e oferecem riscos à saúde humana.
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Para verificar a qualidade do ar, a OMS (Organização Mundial da Saúde) avalia a quantidade das partículas concentradas no ambiente que oferecem maior risco à saúde, conhecidas como PM 2,5. O órgão considera que qualquer valor acima de 10 microgramas de PM 2,5 por metro cúbico seja nocivo. Em São Paulo, por exemplo, o ar possui cerca de 19 microgramas por metro cúbico, ou seja, quase o dobro do valor recomendado.
Clima x Poluição
O meteorologista Marcio Custódio, da Somar Meteorologia, explica que o clima impacta tanto de forma positiva como negativa em relação à poluição. “Um fenômeno que ocorre com frequência nos grandes centros urbanos são as ilhas de calor. A radiação solar atinge o solo, mas o ar quente fica concentrado na metrópole, o que aumenta a concentração da poluição nestas áreas”.
Outro fenômeno que ocorre com frequência, é a inversão térmica. “Nesse caso, é o contrário da ilha de calor, uma camada de ar frio fica concentrada debaixo de uma camada de ar quente e as duas não conseguem se misturar porque o ar frio é mais denso, todo esse processo, dificulta a dispersão de poluentes, o que também prejudica a qualidade do ar”, comenta.
Em contrapartida, a situação tende a melhorar quando sistemas meteorológicos provocam chuva nestas áreas, apesar de não eliminar a poluição, as precipitações deixam o ar mais úmido o que ajuda a dispersar a sujeira.
Queimadas
Outro problema gerado por ações humanas em conjunto com o clima, são as queimadas. Segundo a meteorologista Marina Vieira, quanto maior o número de dias secos, maior a probabilidade de ocorrer um incêndio espontâneo. “No entanto, em muitas regiões, os incêndios são provocados por ação humana, seja um incêndio proposital, ou provocado indiretamente através do lixo, como bitucas de cigarro”.
Até mesmo um caco de vidro, pode aumentar o risco de incêndios, “Se tiver folhas secas no chão, o vidro amplia o efeito da incidência solar, e cria o foco. Se o tempo estiver seco, a chama cresce mais rápido, além disso, os ventos fortes também ajudam o incêndio a se alastrar”, complementa o meteorologista da Somar, Celso Oliveira.