A empresa de transporte urbano por aplicativo 99 está estudando formas para iniciar serviço de entrega de encomendas por drones na cidade de São Paulo, algo que poderia começar com pizzas nos próximos dois anos.
A companhia brasileira fundada em 2012 como um serviço para passageiros encontrarem táxis, recentemente reorganizou suas operações diante de concorrência de companhias internacionais como Uber e Cabify, passando a considerar novas formas de geração de receita.
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“Tiramos o ‘táxis’ do nosso nome para contemplarmos outras formas de transporte que não apenas táxi”, disse Renato Freitas, co-fundador da 99 e diretor de desenvolvimento de sistemas da companhia.
“Nessa linha, temos muitos projetos aqui… o de drones é embrionário, mas é um dos projetos que temos bastante carinho e que estamos trabalhando bastante sobre ele”, acrescentou.
Apesar de uma proposta de regulamento para operação de drones no país ter vindo pela Agência Nacional de Aviação Civil apenas no final do ano passado. A tecnologia tem alçado voos há mais tempo no país.
Em 2014, uma pizzaria de Santo André causou polêmica no país ao fazer uma ação promocional em que usou um drone para entregar uma pizza em um edifício da cidade.
O feito chamou atenção de reguladores do país e fez a Agência Nacional de Aviação Civil emitir uma notificação de alerta à agência de propaganda Websnap, por pilotar o aparelho sem autorização da autarquia, disse Rodrigo Caminitti, diretor de planejamento da agência.
“Continuamos recebendo muitas propostas de campanhas via drone, mas a gente não pretende mais fazer isso. Depois da pizza, fica fácil ser o primeiro a entregar outras coisas”, afirmou.
Enquanto isso, na Nova Zelândia, a rede de pizzarias Domino’s anunciou na véspera que quer ser a primeira companhia do mundo a oferecer delivery comercial via drones ainda este ano, ecoando gigantes da Internet como Amazon.com e Google que estão trabalhando em projetos de entrega de encomendas usando as pequenas aeronaves não-tripuladas.
“Não faz sentido ter uma máquina de duas toneladas entregando um pedido de 2 quilos”, disse o presidente-executivo da Domino’s, Don Meiji, sobre a estratégia da empresa na Nova Zelândia.
Na 99, o projeto de entrega de pizza e outras encomendas via drones começou a ser estudado há cerca de quatro meses, disse Renato Freitas. Uma equipe de cerca de 15 pessoas esta testando quatro drones dentro do escritório para entender como o serviço poderia ser desenvolvido em São Paulo.
“Tem boas chances de rodar (o projeto de drones). Há uma chance de 50 por cento de estar rodando em dois anos”, disse ele, citando desafios regulatórios que precisam ser superados. “Entrega de pizza é uma aplicação bem óbvia. Mas servirá para entregar coisas que hoje vão por motoboys e vans, como documentos”, acrescentou.
Na Austrália, as entregas com drones serão legalizadas no próximo mês, desde que o equipamento fique a uma distância de pelo menos 30 metros das casas para onde devem deixar o produto. Nos Estados Unidos, drones poderão fazer entregas a partir do dia 29 deste mês.
Segundo Renato Freitas, nos próximos anos os edifícios poderão ter espécies de helipontos para que os drones possam pousar e entregar as encomendas.
“Nos próximos anos, vai ser comum ver drones passando sobre as cabeças das pessoas, fazendo entregas que hoje são feitas por motoboys”, disse.