Um quarto dos paulistanos – 24% – recebeu multas de trânsito nos últimos 12 meses, segundo pesquisa Datafolha. O número representa um aumento de dez pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, há dois anos, quando 14% relataram terem sido multados.
Ainda é majoritária a parcela da população que culpa os próprios motoristas por essas multas de trânsito. Mas a rejeição aos radares cresceu.
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Em julho de 2014, 62% responsabilizavam os condutores pelo alto número de autuações – e só 10%, os equipamentos eletrônicos. Agora, 47% ainda culpam os motoristas, mas chega a 23% os que responsabilizam os radares.
A mudança nesse quadro reflete medidas polêmicas da gestão Fernando Haddad, que ampliou a fiscalização eletrônica (48 aparelhos novos em 2015 e mais 103 até junho deste ano) e implantou uma política de redução dos limites de velocidade, inclusive nas marginais Tietê e Pinheiros, onde as multas triplicaram após a máxima permitida cair – na pista local, foi de 70 km/h para 50 km/h.
COMPORTAMENTO
A pesquisa também revela alguns hábitos de quem dirige carro para lidar com as multas e a fiscalização: 29% dos motoristas usam GPS ou aplicativos que identificam radares, e 82% reduzem a velocidade ao se aproximar de um equipamento nas ruas.
Dos 24% da população que foi multada nos 12 meses anteriores, a maior parcela (8%) é dos que receberam quatro ou mais multas nesse período, seguidos pelos que foram alvo de uma (6%), duas (6%) e três (4%) autuações.
Em 2015, houve recorde de multas, 13,3 milhões, 72% delas registradas por radares.
Fernando Haddad é alvo de ação do Ministério Público, para quem há uma “indústria de multas” para aumentar a arrecadação e uso dos recursos de forma indevida. A gestão petista nega e diz que a fiscalização visa reduzir as mortes no trânsito – que caíram 21% em 2015, maior baixa desde 1998, quando passou a vigorar o novo código de trânsito.
Fonte: Folha de São Paulo