Nesta quarta-feira (18/5) passageiros que dependem do maior sistema de transportes coletivos da América Latina devem ficar sem ônibus das 10h ao 12h. O Sindmotoristas (Sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus), prometeu uma manifestação na qual deve fechar todos os 32 terminais de ônibus da cidade e paralisar a frota nas ruas e corredores.
Os trabalhadores pedem, entre outras reivindicações, reajuste real de 5% mais a reposição da inflação. As empresas de ônibus ofereceram 2,31%. As reivindicações trabalhistas são legítimas assim como os argumentos das empresas de ônibus.
Se as empresas de ônibus não apresentarem outra proposta, há indicativo de paralisação também para esta quinta-feira (19), no mesmo horário.
No entanto, por trás de todo este impasse que mais uma vez deve afetar o passageiro, não está apenas uma simples relação trabalhista entre rodoviários e empresários. O pano de fundo de tudo isso é a degradação financeira do sistema de transportes da cidade de São Paulo.
As empresas se queixam de constantes atrasos nos repasses referentes às gratuidades. Alguns destes atrasos, de acordo com as viações, somam quase R$ 100 milhões. A Prefeitura de São Paulo nega que os atrasos sejam comuns e disse que se houve algum problema, foram situações pontuais.
Uma das explicações para esta situação delicada do sistema de transportes de São Paulo é o excesso de gratuidades. Ninguém é contra as gratuidades por direito, mas toda vez que elas são concedidas, deve haver um estudo que comprove que haverá uma contrapartida para o financiamento desses custos. A Prefeitura de São Paulo com os cofres abalados por causa da queda da arrecadação e da situação econômica do País, além dos aumentos dos custos, tem dificuldades para arcar com esses benefícios que aumentaram na gestão Haddad.