A qualidade de vida nas cidades depende do transporte público e de uma compreensão maior de coletividade. O desenho urbano, políticas econômicas e a forma de pensar e viver o ambiente coletivo são fatores que fazem toda a diferença na hora de promover um serviço mais eficiente para a população.
As maiores autoridades de transporte público no Brasil expuseram soluções e debateram desafios para o futuro da mobilidade urbana no painel “Governança na Mobilidade Urbana” no evento Smart Cities Business America. O encontro teve como resultado a exposição de diferentes visões e temas dentro de um mesmo panorama.
“Em 40 anos de ANTP, a preocupação é transformar o transporte coletivo em um medidor eficiente de qualidade de vida nas cidades. Cuidar do desenho urbano é fundamental, é o que determina, por exemplo o tempo de viagem do usuário”, comenta Ailton Brasiliense Pires – Presidente da ANTT – Agência nacional de Transportes Terrestres.
Outra questão abordada foi o financiamento do transporte público urbano. São 3.313 municípios brasileiros em que 99% dos casos a única fonte de recurso são as tarifas, o que não dá conta de viabilizar as melhorias necessárias. “É preciso ter fontes alternativas de financiamento, mas estado e município não podem absorver custos adicionais. Uma das soluções é a tributação em cima do transporte individual para impactar no transporte coletivo”, explica Otávio Cunha – Presidente da NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos.
Ailton ainda complementa: “É necessário eliminar limites geográficos e entender que as cidades compreendem as regiões metropolitanas também, senão não há melhorias reais”.