A cidade de São Paulo teve, em 2015, uma queda de 20,6% no número de mortos em acidentes viários em relação ao ano anterior. É a maior baixa desde 1998, quando passou a vigorar o novo Código de Trânsito Brasileiro e a redução atingiu 23,7%.
O número de mortes no trânsito, 992, é também o menor da série histórica registrada pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) – que teve início em 1979.
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Pela primeira vez, o total ficou abaixo de mil – os dados entre 2000 e 2004 não são mais considerados em relatórios oficiais, por não serem comparáveis em razão de divergências nas medições.
Os resultados são atribuídos por especialistas a fatores diversos. Por um lado, a crise econômica contribui com a redução das viagens e, com isso, de acidentes – conforme dados parciais, a tendência de queda, ainda que em menor escala, se repete no restante do Estado.
Além disso, houve medidas específicas na capital paulista relacionadas à segurança viária -como diminuição de limites de velocidade e maior fiscalização por radares, que resultaram numa disparada de 40% no total de multas.
Em 1998, a redução das vítimas no trânsito ocorreu em meio à implantação do novo código, que trouxe punições mais rigorosas e um sistema de pontuação para cassar a carteira dos infratores. Anos depois, porém, houve relaxamento na aplicação da lei, segundo especialistas.
PEDESTRES
Para Tadeu Leite Duarte, diretor de planejamento, projetos e educação da CET, a baixa histórica das mortes no ano passado decorre de um conjunto de medidas de mobilidade urbana que são tomadas desde 2013 pela gestão Fernando Haddad.
Ele considera determinantes duas delas, acentuadas nos últimos meses e que geraram polêmica. “A redução de [limites de] velocidade impacta diretamente. E não existe outra maneira de manter esse número tão baixo sem ser pela fiscalização”, afirma ele, em relação ao aumento de radares na cidade. Na pista expressa das marginais, por exemplo, a máxima permitida passou de 90 km/h para 70 km/h.
Os números fechados pela CET apontam uma queda de 34% nas mortes de ciclistas, 24,5% na de pedestres, 16,9% na de motoristas/passageiros e 15,9% na de motociclistas.
* As informações são do jornal Folha de São Paulo