Os usuários do sistema público de transporte de São Paulo têm até as 23h59 desta sexta-feira (8) para recarregarem seus Bilhetes Únicos Comuns e continuarem pagando R$ 3,50 nas passagens de ônibus, trem e metrô, por mais algum tempo. A partir do sábado (9), a tarifa, com exceção da cobrada no Bilhete Único Mensal, passará a custar R$ 3,80.
Passageiros fizeram fila nesta terça-feira (5) nos postos de recarga. A SPTrans disse que a procura pela recarga já cresceu 20% e deve aumentar até o fim da semana.
O Bilhete Único tem um limite de armazenamento de R$ 250. O valor máximo de recarga aceito em uma única vez, porém, é um pouco menor, de R$ 230. Caso o passageiro recarregue até sexta-feira, poderá utilizar todo esse crédito pagando o valor antigo da passagem, R$ 3,50.
Quem depositar no Bilhete Único Comum os R$ 250 máximos de crédito poderá fazer seis viagens a mais do que quem depositar essa mesma quantia a partir do sábado.
A tarifa com integração entre ônibus e trilhos também vai aumentar de R$ 5,45 para R$ 5,92. As tarifas dos bilhetes mensal, semanal, diário e madrugador permanecem congeladas.
Bilhete Único Mensal
Com dois anos de funcionamento, uma das principais promessas de Fernando Haddad voltada aos usuários do transporte coletivo atingiu somente 11% da expectativa da administração municipal.
O Bilhete Único Mensal (que permite uso livre de ônibus, metrô ou trem por um mês a um preço fixo) foi lançado em novembro de 2013, quando a prefeitura previa beneficiar 862 mil pessoas.
Dois anos depois, só 94 mil usavam esse cartão, segundo dados da SPTrans.
O número representa 10,9% do previsto por Haddad para essa modalidade mensal e não chega a 2% do total de usuários do Bilhete Único.
A principal explicação para esse resultado é que, diferentemente do que ocorre em outras metrópoles do mundo, a economia com a tarifa mensal de transporte ainda é tímida na cidade de São Paulo.
Os valores atuais de R$ 140 (para ônibus) e de R$ 230 (integrado com metrô/trem) só compensam para quem faz mais de 40 viagens mensais – um desconto próximo de 10% para trabalhadores que usam transporte público diariamente na ida e na volta.
Em Londres, por exemplo, esse tipo de cartão vale a pena para quem faz a partir de 26 viagens/mês; em Madri, para mais de 28 viagens mensais; em Barcelona, para quem faz 25 viagens por mês.