Curitiba anuncia nesta sexta-feira, dia 18 de setembro, a redução da velocidade na área central da cidade para 40 km/h. Atualmente, o limite permitido na maioria das ruas dessa região varia de 50 km/h a 60 km/h.
A medida segue o exemplo da cidade de São Paulo, que implantou há dois anos a Área 40. Hoje, há oito delas, em todas as regiões.
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Na capital paranaense, o projeto inclui também plantio de árvores, sinalização turística para pedestres, vagas vivas (os parklets, minipraças instaladas no espaço de vagas de carros, de São Paulo) e reforma de calçadas.
“São Paulo trabalhou apenas a velocidade. Nós queremos uma área diferenciada em todos os aspectos, para humanizar a cidade”, diz o diretor da secretaria de Trânsito, Maurício Razera.
A Área Calma, como é chamada, fica na região mais central de Curitiba, onde estão o calçadão da Rua XV de Novembro, o prédio da Universidade Federal do Paraná e o Passeio Público. São 140 quarteirões, num perímetro de um quilômetro de diâmetro, onde passam 700 mil pessoas por dia.
A meta do projeto é reduzir o número de acidentes com morte – Curitiba tem o compromisso de baixá-los pela metade até 2020.
Na área abrangida pelo projeto, 12 pedestres morreram atropelados nos últimos três anos. A velocidade foi um dos principais fatores dos acidentes: levou a 30% deles.
“A 40 km/h, o risco de um pedestre morrer ao ser atingido é de 20%. A 50 km/h, aumenta exponencialmente, para 50%”, diz Maurício Razera.
REAÇÕES
Nesta sexta-feira, começa a instalação de placas e sinalização, além da distribuição de panfletos explicativos a motoristas e pedestres.
A fiscalização, com radares e multas, começará no dia 16 de novembro.
A Prefeitura de Curitiba diz estar preparada para reações negativas. No ano passado, a cidade implantou, em apenas uma das avenidas mais centrais de Curitiba, a Via Calma, com velocidade de 30 km/h e ciclofaixa. Motoristas e moradores reclamaram de congestionamentos.
“Mas, no andar da carruagem, as abóboras se assentam e o povo começa a entender o objetivo”, diz Maurício Razera.
Para o engenheiro, não é possível continuar priorizando o carro. Curitiba tem o maior índice de motorização do país: quase um veículo por habitante, a taxa é de 0,8.
“Isso de perder tempo dentro do carro não vai ter mais volta”, afirma ele. “Não temos mais espaço. Vamos ter que aprender a conviver com o que temos. E qualquer modal individual vai acabar em desvantagem.”