Metroviários realizam protesto contra a privatização da Linha 5-Lilás do Metrô

Após o anúncio do governador Geraldo Alckmin (PSBD) da privatização da Linha 5-Lilás, os metroviários de São Paulo iniciaram uma série de mobilizações, inclusive criando um comitê por um metrô público e estatal, com as participação de diversas organizações, sindicatos e movimentos sociais.

Nesta terça-feira, 1 de setembro, às 17h, será realizado um ato na estação Capão Redondo da Linha 5-Lilás, contra a privatização do metrô, além de uma panfletagem pela manhã. Os metroviários pretendem realizar ainda uma série de manifestações e audiências públicas para discutir o processo.

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  • A Linha 5-Lilás poderá ser privatizada através do modelo de concessão, e assim sua operação seria realizada por uma empresa privada. A empresa operaria desde o trecho que já está em funcionamento, que vai da estação Capão Redondo a Largo Treze, até o trecho que ainda está em obras, da estação Largo Treze a Chácara Klabin.

    Em São Paulo já existem linhas privatizadas, como a Linha 4-Amarela, uma Parceria Público Privada (PPP) do Governo do Estado com a empresa Via Quatro, da CCR – empresa gerida pelos grupos Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. De acordo com o Sindicato dos Metroviários, a Linha 4-Amarela tem menos funcionários se comparada as linhas geridas pelo Estado, e também apresenta maior tempo de operação, sendo menos eficiente que as demais.

    De acordo com o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres Júnior, a privatização do metrô de São Paulo começou com a Linha 4-Amarela, mas tende agora a se expandir. “Essa privatização é uma inovação pois começa a privatizar um setor que já existia, que é nesse caso a Linha 5. Caso esse processo continue, fica muito claro que a intenção do governador é também privatizar as outras linhas do metrô”, afirmou.

    Questionado sobre o contexto político em que essa privatização ocorre, Altino relaciona ao momento de crise econômica e aos favores do governador aos empresários. “Com a crise econômica há uma pressão para que os governos entreguem as jóias do tesouro, em São Paulo uma grande jóia do tesouro é o Metrô. Alckmin auxilia os empresários nessa crise, os mesmos empresários, empreiteiras, envolvidas nos consórcios, como da Linha 4 e os mesmos que estão envolvidos no escândalo das denúncias da Petrobras”, afirmou.

    O Metrô de São Paulo conta hoje com cerca de 10 mil funcionários. O presidente acredita que estes empregos serão ameaçados com a privatização. “Demissões, recontratação como trabalhadores terceirizados, redução violenta dos salários são consequências da privatização”, acredita.

    Já para a população, segundo Altino, haverá um sucateamento do Metrô e uma piora no serviço prestado, já que as empresas privadas visam apenas o lucro. “A prioridade da empresa privada é o lucro e menor gasto possível. Então se puderem economizar no número de funcionários, no salário dos funcionários, e na qualidade do serviço, inclusive nas questões de segurança, a empresa vai economizar”, afirmou.

    Leia também: Contra a privatização! Todos ao ato de 1/9 no Capão Redondo

    * Com informações da Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários)